Jornal Correio Braziliense

Economia

Chuva afeta safra de trigo

As chuvas têm causado danos não somente às cidades do sul do país, o homem do campo também sofre. Estimativas preliminares projetam perdas na safra de trigo entre 19% e 25%. Mais lavouras, como as de café, milho safrinha e algumas hortaliças, também sentiram as fortes chuvas que, este ano, vieram pelo menos 50% superiores que a média histórica para agosto. Em setembro, a enxurrada promete se repetir, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com tanta água, foi inevitável a quebra da safra de trigo brasileiro, o que abre espaço para aumentos ao consumidor e crescimento no volume de importações para suprir a demanda interna. [SAIBAMAIS]No Paraná, o agricultor amarga prejuízos expressivos: com a safra de trigo mais importante do país (quase 1,3 milhão de hectares plantados), viu as previsões para a colheita recuarem em 11,42% até 31 de agosto - quando passou da expectativa de 3,5 milhões de toneladas de trigo colhidos para 3,1 milhões. "Ainda não temos condições de divulgar uma estimativa, mas já temos certeza de que de 31 de agosto para cá a situação se agravou. O próximo levantamento deve ser concluído até 25 de setembro", disse Francisco Carlos Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. A dificuldade para contabilizar os prejuízos no Sul está no acesso às lavouras, várias áreas estão alagadas e a chuva ainda não deu trégua. Agricultores começam a recorrer às seguradoras e aos planos de assistência e apoio governamental, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Reuniões com todos os setores envolvidos na produção de trigo ocorrem constantemente. Os pedidos dos produtores envolvem mais prazo por parte de instituições financeiras, acesso às garantias oferecidas pelo governo e pela iniciativa privada e intervenção mais incisiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Além da destruição causada pelas enxurradas e tempestades, a umidade trouxe doenças para os trigais. Brusone e Giberella são os fungos que mais atacam as plantações e secam os caroços de trigo. "O Paraná, que sofre mais com isso, perdeu em qualidade e em produção", ressaltou Silvio Farnese, coordenador de Cereais e Culturas Anuais do Ministério da Agricultura. "Ainda estamos avaliando como intervir, mas temos trabalhado para garantir preços mínimos e renda ao agricultor", afirmou. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense