postado em 16/09/2009 10:34
Funcionários dos Correios no Distrito Federal decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Em assembleia realizada ontem, os trabalhadores rejeitaram a contraproposta encaminhada pela direção da estatal à Fentect ; entidade que representa a categoria. Com o ato, os grevistas esperam pressionar o governo a ceder nas negociações.Os empregados reivindicam reajuste de 4,5%, reposição de perdas salariais e aumento linear de R$ 300. Os Correios concordaram apenas com o aumento de 4,5% e com o incremento de R$ 0,90 no vale refeição. A Fentect recomendou aos 35 sindicatos filiados a aprovação do indicativo de greve. Em nota, a entidade lamentou a decisão, mas defendeu o movimento. ;A radicalização foi o único caminho para que os ecetistas lutem pela dignidade de sua categoria e por melhores condições de trabalho e vida;, reforçou o comunicado oficial.
Nos bastidores, os Correios buscam no Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) ; ligado ao Ministério do Planejamento ; saídas para o impasse. Há, no entanto, uma série de dificuldades orçamentárias que impedem o atendimento integral das reivindicações. Além disso, o cenário político também está sendo considerado, uma vez que o governo não quer demonstrar publicamente fraqueza no tratamento de mais esse levante envolvendo uma empresa estatal.
Até ontem à noite, além do DF, os trabalhadores dos Correios na Bahia, em Sergipe, no Paraná e no Maranhão decidiram aderir à greve. O movimento deverá prejudicar parte dos serviços postais e sabendo disso a empresa vai implementar um plano de contingência, que inclui o remanejamento de pessoas da área administrativa para o setor operacional já a partir desta quarta-feira. Oficialmente, os prazos de entrega das encomendas expressas estão mantidos, mas com a redução do efetivo, é provável que as correspondências com hora marcada para chegar, como o Sedex 10, sofram atrasos.
Em 2008, os funcionários cruzaram os braços por cerca de 20 dias. A paralisação ocorreu em protesto contra o não pagamento de um adicional aos carteiros. Parte dos dias parados não foram descontados porque os grevistas compensaram trabalhando além do expediente tão logo o protesto terminou. Por causa da greve, 130 milhões de correspondências entre cartas e pacotes tiveram a entrega atrasada.
130 MILHÕES
Volume de correspondências que deixaram de ser entregues na paralisação de 20 dias ocorrida em 2008
Volume de correspondências que deixaram de ser entregues na paralisação de 20 dias ocorrida em 2008