postado em 17/09/2009 15:24
O aumento do limite de participação de estrangeiros no capital do Banco do Brasil (BB) é importante porque vai permitir a ampliação do "universo de investidores potenciais". A avaliação é do diretor de Relações com Investidores do (BB), Marco Geovanne Tobias da Silva. "Você faz o Banco do Brasil ficar mais apetitoso para o investidor estrageiro", disse, ao comentar a mudança.
[SAIBAMAIS]O limite de participação dos estrangeiros aumentou de 12,5% para 20%, segundo decreto presidencial publicado na edição de nesta quinta-feira (17/9) do Diário Oficial da União. Atualmente, essa participação é de, aproximadamente, 11%. O texto reconhece "como de interesse do governo brasileiro a participação estrangeira no capital do Banco do Brasil".
Outro decreto autoriza a emissão, pelo BB, de American Depositary Receipts (ADR), que são títulos emitidos nos Estados Unidos e negociados no mercado norte-americano. Nesse caso, o título será lastreado por ações ordinárias do banco brasileiro. Os ADRs são cotados em dólares norte-americanos e negociados na Bolsa de Valores de Nova York.
Tobias da Silva explicou que, com as ADRs, muitos investidores que, por força de políticas de investimentos de seus fundos nos Estados Unidos ou de seus estatutos, só podem investir em ativos denominados em dólar e não diretamente aqui, na Bolsa de Valores, em São Paulo.
"Então, na hora que você emite um papel desse lá, você está permitindo, indiretamente, o investidor lá (nos Estados Unidos) ter acesso às ações do Banco do Brasil aqui", afirmou, explicando que o novo lastro das ADRs são em ações ordinárias do banco estatal brasileiro.
Ele disse, ainda, que o BB já tinha autorização para emitir ADRs lastreadas em ações preferenciais, mas nunca tinha usado esse recurso. Agora, o novo mercado implica em operações mais transparentes com seus acionistas. "Quando fizemos a conversão para o novo mercado, que passou a ser só ordinária, precisávamos de uma nova autorização", explicou..
O diretor enfatizou, ainda, que houve apenas a autorização, sem citar volumes ou prazos, mas garantiu que BB irá fazer tudo para fazer o lançamento das ADRs o mais rápido possível. Isso porque, segundo ele, vários estudos e análises mostram que diversas empresas que possuem ADRs lá fora percebem os efeitos também desses títulos na liquidez do papel na Bolsa de Valores, aqui no Brasil.
"Então a gente acredita que vai ter um efeito positivo para o Banco do Brasil também aqui na Bolsa de São Paulo", disse.
Sobre a elevação do limite para os estrangeiros, o diretor do BB lembrou que, antes, o investidor sentia-se inseguro com um teto menor. "Se ele comprar muito ou alguém comprar junto com ele um volume grande e ultrapassar o limite, o que pode acontecer? Ele será penalizado? O que esse investidor teria que fazer? Vender ? A que preço e de uma vez?", indagou.
Para ele, essas são dúvidas que acabam impedindo o investidor estrangeiro de se interessar pelos papéis do BB e, agora, em 20%, haverá interesse ou via ADRs ou mesmo na Bolsa de Valores de São Paulo.