postado em 17/09/2009 19:33
Passados os efeitos mais pesados da crise financeira internacional no Brasil, vividos entre outubro de 2008 e março deste ano, o país mostra um ;poder de recuperação forte, saudável, em trajetória de crescimento sustentável;. Foi o que afirmou nesta quinta-feira (17/9) o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Como exemplo, Meirelles citou o aumento das reservas, que, no momento em que a crise se deflagrou, em 15 de setembro, estavam em US$ 207,5 bilhões e ontem (16) fecharam em US$ 222,6 bilhões.
[SAIBAMAIS]A explicação para o dado positivo, na opinião do presidente do BC, é a transparência do mercado financeiro. ;As leis brasileiras na área financeira são claras, existe grau de transparência nas instituições financeiras, sob controle da autoridade monetária e isso permite previsibilidade.;
Quando os efeitos da crise atingiram o Brasil, na forma de corte de créditos, o BC criou mecanismos para liberar R$ 142 bilhões de compulsórios bancários e de socorro aos bancos menores, empresas e exportadores, de modo a garantir liquidez ao mercado.
De acordo com Meirelles, por causa dessas iniciativas, ;pudemos partir para uma recuperação gradativa da oferta de créditos em um processo liderado pelos bancos públicos, de sorte que já retornamos aos patamares do período pré-crise;, disse Meirelles em palestra no 12; Congresso Brasiliense de Direito Constitucional.
Meirelles reafirmou que o Brasil foi um dos países que menos sofreu as consequências da derrocada financeira que atingiu, principalmente,os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Segundo ele, o Brasil estava preparado para enfrentar turbulências dessa natureza pois, além de fortes reservas, tem uma legislação que possibilita absoluto controle de regulação do mercado financeiro. ;Tanto que conseguimos sair da crise bem mais cedo que a maioria dos países.;
O presidente disse que os parâmetros de comparação que o levam a fazer tal afirmação são: a renda da população que continua crescendo; o desemprego, que está menor do que nos Estados Unidos e na Europa; a oferta de empregos que, em agosto, foi maior que no mesmo mês do ano passado, antes da crise; e o fato do índice Gini, que mede a desigualdade social, estar em queda, com cada vez mais brasileiros subindo na escala social.