postado em 22/09/2009 10:37
A crise econômica mundial, desencadeada em 15 de setembro de 2008, com a queda do banco de investimentos Lehman Brothers, fez surgir um movimento inusitado no Brasil, em que os trabalhadores ricos sofreram mais com o desemprego do que as pessoa de menor renda. Números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados nesta terça (22/9) mostram que, de setembro de 2008 e julho de 2009, a taxa de desemprego para os não pobres avançou 7,3%, passando de 4,1% para 4,4%. No mesmo período, o desemprego entre os pobres saltou 6%. Entretanto, apesar de ter registrado uma expansão menor, o desemprego entre os pobres ainda é bem superior ao verificado nas classes mais altas. Entre setembro e julho, a taxa para os pobres variou de 21,8% para 23,1%.
Quando se avalia períodos mais longos, percebe-se no entanto uma inversão desse dado. Entre julho de 2002 e julho de 2009, a taxa de desemprego para trabalhadores pobres variou positivamente 10%, saltando de 21% para 23,1% da população, enquanto que o desemprego entre os não pobres caiu 34,3%, de 6,7% em 2002 para 4,4% em 2009. "Com isso, a desigualdade que separa o desemprego entre trabalhadores pobres e não pobre aumentou 70%, pois era 3,1 vezes em julho e passou para 5,2 vezes em julho de 2009", disse os estudo do Ipea.