Economia

IBS critica possível redução da alíquota de importação de aço

postado em 23/09/2009 21:42
Indignado com a possibilidade de o governo zerar novamente a alíquota de importação de aço, o presidente do presidente do Instituto Aço Brasil (antigo IBS), Flávio Roberto Azevedo, revelou que pedirá uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tentar diminuir a aparente "desinformação" sobre o setor. "Vamos pedir uma reunião com o governo para que não restem dúvidas, queremos ter uma interlocução mais direta", afirmou. Na última segunda-feira, depois de participar de uma palestra em São Paulo, Mantega informou estar estudando a redução das tarifas de importação do aço para "fomentar a concorrência e impedir que o preço suba" no mercado doméstico. [SAIBAMAIS]Ressaltando que o instituto não trata de assuntos relativos a preços, Azevedo alegou que o que vem ocorrendo é uma redução dos descontos oferecidos aos distribuidores e citou estudos que apontam que o aço responde por menos de 10% no custo total de fabricação da indústria automobilística e de construção civil. Por isso, segundo ele, o aço não pode ser visto como se fosse um grande fator de pressão inflacionária. Azevedo argumenta que o setor não recebeu benefício do governo em junho, quando a Câmara de Comércio Exterior (Camex) elevou a alíquota de importação de oito tipos de aço para 15%, depois de três anos de tarifa zerada. Segundo ele, essa já era a tarifa externa comum praticadas pelos países do Mercosul. Em 2005, lembrou, por medo de um possível desabastecimento de aço, o governo colocou os produtos siderúrgicos em uma lista exceção, do qual só foram retirados em junho de 2009. "O setor enxerga com estranheza e até com uma certa indignação essa ameaça de retorno à situação de exceção. A siderurgia passou por um momento difícil na virada do ano. Fizemos uma série de medidas extremamente complicadas, chegamos a ter seis altos-fornos desligados. O setor fez o possível e o impossível para atravessar um momento extremamente delicado", comentou o executivo. Segundo ele, essa interferência do governo na dinâmica do mercado pode influenciar inclusive na decisão de investimentos das companhias siderúrgicas, por gerar instabilidade. Atualmente, o setor tem planos de investir cerca de US$ 40 bilhões até 2017 para ampliar a produção para 65 milhões de toneladas.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação