postado em 29/09/2009 07:00
O brasileiro que estuda comprar ou trocar de carro tem que apressar o passo. Amanhã é o último dia da redução total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos de potência 1.0, que passarão a ser taxados em 1,5% em outubro. Para veículos com motorização entre mil cilindradas e 2 mil cilindradas, a nova tributação passará a ser de 8% já no próximo mês, ante os 6,5% em vigor até quarta-feira. As reduções de alíquotas de IPI devem voltar gradativamente para os patamares de 2008 até 1; de janeiro do próximo ano, período em que o governo espera a retomada da normalidade ; sem os incentivos fiscais ; no mercado automotivo. Nas concessionárias de todo o Brasil, o movimento de clientes ontem foi intenso. Hoje e a amanhã, milhares de pessoas procuraram as lojas para não perder os últimos dias de IPI zerado. Mas houve concessionárias que inovaram na estratégia de aproximar o cliente. Em São Paulo, lojistas apostaram em feirões de vendas, com preços sugestivos e grande quantidade de modelos em exposição. No Rio, lojas ofereceram até churrasquinho na tentativa de cativar o cliente.
Em Brasília, o movimento de pessoas nas concessionárias dobrou em relação a um período normal, o que indica que o brasiliense pechinchou bastante antes de fechar o negócio. ;Nesse momento de fim de mês, que geralmente é muito bom, temos tido um aumento forte na visitação das lojas. Foi algo extraordinariamente bom comparado a um mês normal, por causa do efeito psicológico dos últimos dias do IPI completamente zerado;, explicou o presidente do Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos do DF (Sincodiv-DF), Ricardo Lima. ;Por isso, acreditamos que em setembro deveremos registrar recorde absoluto na venda de veículos, com emplacamentos na casa dos 12 mil.;
Parcelado
Um dos brasilienses que fará parte dessas contas é o mecânico Apolino de Sousa Ferreira, 41 anos. Há dez dias ele e a esposa, Francisca Leandro do Egito, 40 anos, adquiriram um modelo VW Voyage em uma concessionária da Asa Norte. ;É o nosso primeiro carro zero e também o primeiro que compro financiado;, contou Anapolino. Pelo modelo, o casal pagou R$ 31.890, parcelados em 48 vezes de cerca de R$ 1 mil. ;Era o único jeito que nós tínhamos para comprar o carro, porque estamos tocando também uma obra;, disse o mecânico.
Moradores do Vale do Amanhecer, em Planaltina, Apolino e a esposa admitiram que a compra repentina se deveu ao IPI reduzido. ;O preço ficou mais favorável. Mas, caso não tivesse essa redução, com certeza eu esperaria mais um pouco;, disse o mecânico. A esposa, pedagoga da Fundação de Ensino do DF, contou: ;Era uma compra que quereríamos faz tempo;, disse, momentos antes de receber do vendedor as chaves do carro novo. O veículo que têm em casa, um modelo GM Chevete 92, continuará fazendo parte da família. ;Pretendemos utilizá-lo nos afazeres domésticos. O outro é mais para lazer mesmo;, detalha Anapolino.
ELETRODOMÉSTICO E CONSTRUÇÃO
O decreto que estipulou prazos para que as alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) de carros voltassem aos patamares normais também deu datas para o fim do incentivo aos produtos da linha branca de eletrodomésticos (geladeiras, fogões e tanquinhos) e materiais de construção. Pelas regras, a redução de tributos como está hoje vai até outubro, para linha branca, e dezembro, para materiais de construção. Ambos os setores anseiam pela prorrogação dos incentivos. Assim como o segmento de móveis, que não foi contemplado com IPI reduzido, mas que também faz lobby no governo. Hoje, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez, se reúne com secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para tratar do IPI. ;Estamos certos que a reunião terá sucesso;, antecipou Fernandez.