Economia

Tesouro vai emitir papéis nos mercados norte-americano, europeu e asiático

postado em 30/09/2009 10:26
Arno Augustin: critério de emissões qualitativas, que miram prazos maiores e taxas menoresO Tesouro Nacional anunciou nesta quarta-feira (30/9) que deverá emitir bônus soberanos (papéis do Tesouro) nos mercados norte-americano e europeu, "podendo dar seguimento à emissão na Ásia, após a abertura daquele mercado", disse o órgão.

Os papéis serão ofertados em dólar, e terão vencimento em janeiro de 2041, a exemplo do que fez o Tesouro na reabertura do papel Global 2037, em que emitiu papéis nesses mercados com vencimentos em 2037 e juros (remuneração aos acionistas) na casa dos 6%.

Em nota, o Tesouro explicou que haverá uma divulgação de resultados ao final da emissão nos mercados norte-americano e europeu, e o resultado total atingido pela emissão será anunciado somente depois de concluída a eventual oferta no mercado asiático.

A ideia do governo é arrecadar com a emissão montante superior a US$ 1 bilhão, segundo contou um operador do Tesouro Nacional. "É um novo benchmarking (prática positiva de mercado), até porque o último global (papel), de 30 anos, estava ficando velho", disse a fonte.

Ele explicou que, em tese, o Tesouro pode emitir, até o fim do ano, US$ 2 bilhões, que é o montante em vencimento da dívida mobiliária externa. Mas que o valor pode ser superior, tendo em vista que o Tesouro poderá comprar dólares no mercado interno e saldar títulos da dívida mobiliária externa ; operação de recompra. "É o que temos feito, e que reposiciona nosso benchmarking", disse o operador.

Esta é a quarta vez que o Tesouro emite papéis no exterior somente neste ano, aproveitando-se do bom momento que vive a economia brasileira após ter recebido a chancela de grau de investimento pela terceira e última das agências de classificação de risco, a Moody;s, em setembro.

Governo
Embalado pelo interesse cada vez maior dos investidores estrangeiros no país, o governo federal se surfa na onda de otimismo que se deu nos mercados emergentes, como o Brasil. "Queremos aproveitar o bom momento vivido pelo país, um dos primeiros a sair da crise e que acabou de ser contemplado com o grau de investimento", afirmou ontem o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.

Ele disse que essa é a hora de melhorar o perfil de vencimento da dívida externa brasileira, e que "em breve" o Brasil voltaria a emitir títulos no mercado, como o fez nesta quarta-feira. Fontes da área econômica dizem que o governo está de olho, principalmente, em investidores institucionais, como os fundos de pensão, que miram o longo prazo. "Vamos trabalhar com o critério que a gente sempre usa, de emissões qualitativas, que vão mirar prazos maiores e taxas menores", reforçou o secretário.

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