Agência France-Presse
postado em 01/10/2009 10:29
O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou nesta quinta-feira (1/10) o papel de liderança do Brasil na recuperação da economia da América Latina, ao divulgar seu relatório semestral em Istambul, onde celebra até a próxima semana sua reunião anual.
[SAIBAMAIS]O FMI revisou as previsões para o continente, reduzindo em um décimo a contração estimada para este ano (-2,5%) e elevando em 0,6 ponto percentual o crescimento projetado para 2010, a 2,9%, graças à exportação de matérias-primas e com o Brasil à frente.
O Brasil terá o papel de locomotiva da economia regional, com um crescimento negativo em 2009 (-0,7%), mas que chegará a 3,5% em 2010 graças ao amplo mercado interno e às exportações e mercados diversificados, e especialmente às relações com a Ásia, destaca o Fundo.
A instituição multilateral também lembra que vários países começaram a se recuperar economicamente no segundo trimestre e mais uma vez destacou a liderança do Brasil neste aspecto.
"Na América Latina, o país que está liderando atualmente a recuperação é o Brasil", declarou o economista Jörg Decressin, chefe da Divisão de Estudos Econômicos Mundiais do FMI.
"O Brasil está atuando muito bem. Previmos uma contração modesta de 0,7% para 2009 e uma taxa de crescimento de 3,5% em 2010", explicou o dirigente do FMI.
O FMI reduziu a previsão de contração da economia latino-americana em 2009 a 2,5%, 0,1 ponto a menos que na projeção anterior, de 8 de julho.
O Fundo prevê ao mesmo tempo uma recuperação mais forte em 2010 que a prevista há três meses, com uma projeção de crescimento de 2,9% ( 0,6 ponto) do Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto da região.
A região já está dando sinais de estabilidade e recuperação, depois de ser afetada, no geral, de modo menos duro que em crises anteriores, destaca o FMI, que no entanto indica que a recuperação não será homogênea, já que não terá a mesma força em todos os países.
De forma geral, os países da América Latina que são exportadores de matérias-primas terão recuperações mais rápidas, sobretudo pela alta da demanda asiática.
O FMI aponta que o México será o país da região mais afetado este ano pela crise, com uma forte queda 7,3% do PIB, provocada pela grande dependência da economia americana em recessão, que deve registrar queda de 2,9% em 2009.
Em 2010, com a recuperação da economia americana (alta de 1,5%), o México deve crescer 3,3%, segundo o Fundo.
Peru e Uruguai são os dos únicos países da região que terão crescimento positivo este ano, com 1,5% e 0,6% respectivamente.
Depois do México, a Argentina será o país com maior contração (-2,5%) em 2009, mas com uma recuperação em 2010 ( 1,5%).
Já a Venezuela, com contração de 2% este ano, é a única nação do continente com previsão de queda do PIB para o próximo ano (-0,4%), de acordo com as projeções do FMI.
Em plena crise econômica mundial, a Venezuela também é o único país da região que registrará inflação de dois dígitos, de 29,5% este ano e 30% em 2010.