Economia

Desafio do Brasil é garantir segurança energética à população, afirma ministro

postado em 02/10/2009 18:23
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, assinou nesta sexta-feira (2/10), na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), a primeira ordem de serviço do contrato de construção de Angra 3, formalizando o reinício das obras da usina. O documento foi guardado em uma "cápsula do tempo", que perpetuará o momento para as gerações futuras. Lobão disse que para garantir a segurança energética para todos os cidadãos brasileiros deverá ser construída no país, entre 2030 e 2060, uma usina nuclear por ano para atender à necessidade futura de consumo. Destacou que em 2060, a projeção é que a população esteja estabilizada em 250 milhões de habitantes. O potencial hídrico estaria aproveitado em sua totalidade, com capacidade elétrica instalada de 190 mil MW. [SAIBAMAIS]Em 2060, o consumo estimado de energia será de 4.380 quilowatts/hora (KWh) por habitante, o equivalente ao consumo atual de Portugal. A participação nuclear nessa capacidade instalada de geração seria de 24%, o que corresponde ao atual parque nuclear francês, que é de 60 mil MW e que foi implantado em apenas 25 anos. O ministro salientou ainda que para atender às necessidades de energia em 2060, outras fontes alternativas, além da nuclear, serão utilizadas, entre as quais a biomassa, a eólica (dos ventos) e a solar. Ele enfatizou que o desafio para os governos futuros é ampliar o consumo de energia per capita. Embora o Brasil seja o nono maior consumidor de energia elétrica do planeta, ele ocupa a 78ª posição no mundo em termos de consumo por habitante. "Grande parte dos nossos lares ou não consome ou usa menos energia elétrica do que necessitaria para uma melhor qualidade de vida." Para garantir melhor educação, saúde, condições de abastecimento de água e esgoto à população, o ministro reafirmou a necessidade de expandir a capacidade do parque industrial nacional e de gerar muita eletricidade. Por isso, destacou a importância da contribuição da energia elétrica e, em especial, da energia nuclear. Ele não deseja repetir no Brasil o que ocorreu em 2001, quando, de acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o país pagou uma conta de R$ 45 bilhões, dos quais 60% foram suportados pelos consumidores por meio do chamado repasse tarifário. "Hoje, posso afirmar que momentos como aquele não existirão mais. O que temos é a segurança energética". Lobão enfatizou que a usina nuclear Angra 3 vai produzir uma energia limpa, essencial para o futuro desta nação. Apesar de ainda não ter nenhuma definição quanto à localização das quatro futuras usinas nucleares que serão construídas no Nordeste e no Centro-Sul do Brasil, Edison Lobão assegurou que já existe no país a conscientização das vantagens que esse tipo de energia representa, ao contrário do que ocorria no passado. "Hoje, todos os estados pedem para que se localizem ali essas plantas novas, a exemplo do que ocorre na França, onde as regiões disputam as usinas nucleares, porque já se percebe que estas usinas não causam nenhum malefício ambiental", afirmou. As usinas do Nordeste serão as primeiras que integrarão as novas centrais nucleares brasileiras. A longo prazo, a idéia é que cada central tenha seis usinas, informou o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. As duas plantas do Nordeste terão capacidade de geração entre mil a 1,2 mil megawatts (MW). Othon Luiz revelou que o custo de cada uma dessas usinas será de US$ 3 mil por quilowatt (KW) instalado, o que totaliza em torno de US$ 3 bilhões.

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