Economia

Menos afetados por crise, emergentes crescem três vezes mais rápido

postado em 07/10/2009 13:27
Menos afetada pela crise internacional, a economia dos principais países emergentes deve crescer numa velocidade mais de três vezes superior à dos desenvolvidos em 2010. As nações em desenvolvimento devem ter uma expansão de 6%, enquanto as industrializadas experimentarão apenas 1,8%. As estimativas são do banco HSBC, que lançou ontem um índice para avaliar o desempenho conjunto de 13 mercados com evidência cada vez maior no cenário mundial, entre eles os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). A previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de 5,3%, mas pode ser revista para cima à medida que os próximos indicadores sejam divulgados. [SAIBAMAIS]"A recuperação nos mercados emergentes está mais forte e mais robusta do que nos desenvolvidos. Nesse novo mundo, os Estados Unidos estão ficando para trás e os países emergentes passaram a liderar", disse o economista-chefe do HSBC, Stephen King, ao apresentar o índice (EMI) em Istambul (Turquia). Na avaliação do economista-chefe no Brasil, André Loes, as nações em desenvolvimento estão se saindo melhor porque não enfrentaram uma desorganização financeira, o nível de empréstimo de seus bancos em proporção do patrimônio era aceitável e as famílias não estavam muito endividadas. No quarto trimestre deve haver uma aceleração do crescimento no Brasil, na Índia, na Rússia e na Turquia, com a China se mantendo na casa dos 8,5%. Segundo a projeção de Loes, a economia brasileira cresceu 1,8% no terceiro trimestre e deve subir 1,7% entre outubro e dezembro. Na comparação com o último trimestre de 2008, a expansão deve ser de pelo menos 4,4%. "Vamos entrar em 2010 num ritmo muito forte. A perspectiva de que o PIB cresça mais do que 5,3% é grande", disse. O resultado será menor que a média dos emergentes porque China e Índia puxam a estatística para cima. O EMI passou de 50,7 no segundo trimestre para 55,3 no terceiro, o melhor desde o segundo trimestre de 2008. O recorde negativo se deu no último trimestre de 2008 (43,8), quando a crise se agravou após a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers. O crescimento médio da produção industrial, do volume de encomendas e dos contratos de exportação de julho a setembro foi o mais forte desde o fim de 2007. Além dos Brics, são avaliados República Tcheca, Israel, México, Polônia, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan e Turquia. Em Istambul, onde o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial realizam sua reunião anual, manifestantes contrários à globalização da economia entraram em confronto com a polícia. As forças de segurança jogaram bombas de gás lacrimogêneo e avançaram com veículos blindados contra cerca de 1,5 mil jovens no centro da cidade. Os participantes do protesto revidaram com coquetéis molotov.

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