postado em 08/10/2009 16:57
Vai demorar muito para o Brasil se tornar autossuficiente na produção de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, admitiu nesta terça-feira (8/10) o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. "É uma questão físico-química. Não dá para a gente exigir do óleo mais do que ele pode dar. Então, não vejo a menor possibilidade de que nos tornemos autossuficiente na produção de GLP, mesmo em um horizonte longo", disse.
[SAIBAMAIS]As projeções do presidente da Petrobras foram feitas com base em uma estimativa de crescimento do consumo de GLP da ordem de 1,7% ao ano até 2020, enquanto o gás natural residencial crescerá cerca de 5,4%.
"Haverá uma substituição natural do GLP pelo gás natural principalmente nas principais áreas urbanas do país, mas ainda assim não haverá como produzirmos o suficiente para o nosso próprio consumo", afirmou.
Gabrielli ressaltou que a Petrobras está investindo US$ 50 bilhões na construção de cinco novas refinarias e que, exceto o Polo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), todas produzirão GLP, mas ainda assim em volume insuficiente para atender ao mercado.
O presidente do Sindicato das Distribuidoras de Gás (Sindigas), Sérgio Bandeira de Mello, tem uma expectativa mais otimista sobre a produção de GLP. Ele não acredita que o consumo de gás crescerá nos próximos anos a ponto de superar as 16 milhões de toneladas/ano, volume a ser produzido pelo país até 2030, conforme estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
"Na nossa visão agente vai ter autossuficiência e nos tornarmos exportadores de GLP, porque não acreditamos que a demanda vá crescer nessa proporção", disse.
Bandeira de Mello informou, ainda, que a capacidade de produção do mercado interno é hoje de 6 milhões de toneladas/ano, para um consumo de 6,4 milhões de toneladas por ano, volume que deverá saltar para 9 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 40%.