postado em 08/10/2009 17:37
O economista norte-americano Eugene Fama, considerado o pai da teoria do mercado eficiente, é o favorito para o prêmio Nobel de economia deste ano, que será anunciado na segunda-feira.
De forma simplificada, a teoria indica que os mercados são os melhores guias para determinar o valor de um ativo.
Depois de um ano de extrema turbulência financeira, têm-se levantado questões sobre quão racional é o comportamento do mercado. Mas estar em sintonia com os acontecimentos atuais não é condição para que se ganhe o Nobel, que frequentemente premia trabalhos que ocorreram décadas atrás.
[SAIBAMAIS]Fama é professor da Universidade de Chicago e conta com grande influência no segmento de pesquisas sobre finanças corporativas.
"Ele é responsável por muitas contribuições inovadoras. Mas também é um pouco polêmico atualmente", disse o professor Hubert Fromlet, da Jonkoping International Business School, conhecida na Suécia por suas previsões para o prêmio.
Fromlet afirmou que a teoria de mercado eficiente assume que os seres humanos são totalmente racionais. "E isso definitivamente não está em sintonia com a crise financeira", disse.
O prêmio equivalente a 1,4 milhão de dólares, oferecido pela primeira vez em 1969, foi incluído como uma categoria especial do Nobel para somar-se às premiações nas áreas das ciências e da paz.
O segundo candidato na lista de favoritos, de acordo com a editora britânica Ladbrokes, é o teório do crescimento econômico Paul Romer, da Universidade de Stanford. Kenneth French, do Dartmouth College, especialista em finanças, e William Nordhaus, da Universidade de Yale, destaque na área de economia ligada ao clima, também são importantes candidatos.
Fromlet disse que imaginou que a premiação deste ano pudesse reconhecer a teoria da organização, um tema atual, dada a indignação a respeito de pagamentos de bônus a banqueiros. Outro possível tema com chances de vitória, segundo ele, seria a teoria do crescimento.
Uma análise da Thomson Reuters aponta Ernst Fehr, da Universidade de Zurich, e Matthew Rabin, da Universidade de Berkeley, como potenciais vencedores por avanços na ciência econômica ligada ao comportamento humano.