Economia

Telecom Italia prevê concluir venda de ativos até final do ano

postado em 09/10/2009 21:25
A companhia italiana de telecomunicações Telecom Italia SpA está confiante de que vai concluir a venda de ativos até o final do ano, afirmou seu presidente, Franco Bernabe, nesta sexta-feira. "Nós estamos trabalhando em diversas frentes e estou confiante de que até o final de 2009 poderemos concluir isso", disse ele durante um evento, sem dar mais detalhes sobre os planos em andamento.Na quarta-feira, o Correio Braziliense publicou a informação segundo a qual, no Brasil, a TIM está em processo de contenção de custos e enxugamento do quadro de funcionários com vistas a uma possível venda. [SAIBAMAIS]Lojas próprias da empresa estão sendo fechadas e centenas de demissões ocorrem em todo o país. As mais recentes foram feitas em Goiânia, onde 36 pessoas foram dispensadas, segundo um ex-funcionário que pediu anonimato. "Desde janeiro, foram mais de 40 desligamentos na TIM Centro-Oeste, pois a regional está se fundindo com a TIM Centro-Sul", afirma. Nos corredores da empresa e no mercado financeiro, os rumores são de que a operadora estaria se preparando para uma possível venda até o primeiro semestre de 2010. Essa não é a primeira vez que a TIM Brasil é alvo de especulações desse tipo. A operadora comunicou publicamente que está em processo de reestruturação desde que o executivo italiano Luca Luciani assumiu a presidência. As diretorias foram reduzidas de 18 para 10, os altos executivos e gerentes foram substituídos e, de um quadro de 10 mil funcionários, mil foram demitidos e 800 foram contratados. A Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel), alerta, porém, que essa mudança tem efeito cascata e atinge os pontos de venda. "Sabe-se que vão fechar 50% das lojas próprias. A justificativa é prejuízo", afirma Brígido Ramos, presidente da Fittel e do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Distrito Federal (Sinttel-DF). "Em cada estado, a TIM fechou pelo menos uma loja", observa Luzenira Linhares, diretora-executiva da Fittel. No Nordeste, a extinção de pontos de venda provocou a dispensa de 100 trabalhadores. "A TIM fala que precisa enxugar, mas a gente sabe que serviços terceirizados não têm a mesma qualidade, nem a mesma preocupação com o trabalhador", argumenta. Segundo Juan Sanchez, que também integra a comissão de negociações da Fittel com a operadora, os desligamentos do primeiro trimestre concentraram-se na região Nordeste, as do segundo trimestre no Sudeste, e as do terceiro trimestre no Centro-Oeste. "Estão fazendo o processo a conta-gotas, para não caracterizar dispensa em massa. É um plano macabro de demissões regulares", condena. Em Minas, foram homologadas 122 demissões entre janeiro e setembro. Durante todo o ano de 2008, foram 75. Cartada Fontes do mercado afirmam que as mudanças são uma cartada para que a companhia seja vendida por um bom preço, já que entre os grupos que atuam no Brasil é a única que tem a dívida líquida superior à receita. Procurada, a empresa não comentou o assunto. Especialistas mostram que há algumas alternativas para o futuro da operadora italiana, como a fusão com a Vivo, a Claro ou a Oi. Porém, essa opção dificilmente seria aprovada pelos órgãos reguladores, pois em qualquer um dos casos, o mercado ficaria concentrado na mão de uma única empresa. A alternativa tida como a mais provável seria a incorporação da TIM pela Vivendi, que fez oferta recentemente para adquirir o controle da GVT. "A Vivendi quer entrar na telefonia móvel. E não teria problemas de sobreposição que as outras operadoras têm", analisa um especialista. Procurada, a Vivendi não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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