postado em 14/10/2009 08:44
Depois de meses de calmaria, o funcionalismo volta a medir forças com o governo. Sindicatos ligados a setores do Executivo federal planejam uma paralisação de 48 horas nesta quinta-feira (15/10) e sexta-feira em protesto contra a demora na implantação de acordos assinados ao longo deste e do ano passado. A mobilização atinge todo o país, mas tem como epicentros São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. O resultado dos atos públicos nessas cidades será utilizado como termômetro para avaliar a capacidade das categorias de parar por tempo indeterminado a partir de 10 de novembro.
Termos de compromisso, pré-propostas e acordos oficiais fechados entre servidores e o Ministério do Planejamento estão na berlinda. As entidades que representam os trabalhadores acusam a União de não cumprir integralmente aquilo que ficou acertado nas mesas de negociações. Os pontos em aberto incluem a não atualização de tabelas remuneratórias, a falta de regras para promoções, erros na execução de planos de carreira, além da falta de definição sobre quando e em que percentual benefícios como o auxílio-alimentação serão reajustados.
Oton Neves, secretário-geral do Sindicato dos Servidores Público Federais no DF (Sindsep-DF), diz que há "demandas represadas" que precisam ser resolvidas com urgência. Segundo ele, o governo está fechado, o que teria forçado os servidores a apelar para a paralisação. "Não é só aquilo que foi assinado. Há acordos verbais que estão sendo desrespeitados. Se as coisas não avançarem, teremos em breve uma greve para tentar abrir as negociações", explica o sindicalista.
Entre os segmentos que se sentem prejudicados e que prometem aderir à greve relâmpago estão a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), administrativos da Advocacia-Geral da União (AGU), ministérios da Justiça, Agricultura, Fazenda, Cultura, Trabalho, Saúde, Ciência e Tecnologia, civis de órgãos militares e agências reguladoras.
Reação
Na avaliação do governo, há exagero por parte das entidades. A Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento nega que qualquer pacto com os servidores tenha sido quebrado. O secretário Duvanier Paiva chegou a procurar algumas lideranças sindicais na semana passada e cobrou objetividade nas reivindicações. De acordo com Paiva, não há desrespeito em relação ao que foi negociado com os representantes dos servidores em 2008 e 2009.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) vai coordenar os protestos nos estados e acredita que diante do cenário de indefinições são grandes as chances de as entidades filiadas aprovarem o indicativo de greve por tempo indeterminado em novembro. No próximo dia 22, a Condsef fará uma mobilização na Esplanada dos Ministério e, no dia 24, uma plenária nacional.