Economia

Natal este ano será da recuperação, diz SPC

postado em 15/10/2009 15:45
Depois de ter passado pelo "Natal da crise" no ano passado, o brasileiro terá este ano o "Natal da recuperação". A previsão foi feita nesta quinta-feira (15/10), em entrevista coletiva, pelo presidente do Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roberto Alfeu. Ele estima aumento de 4% nas vendas em função das festas de fim de ano, contra 1% de crescimento verificado em 2008. Na época, a taxa de juros anual (Selic) era de 13% e hoje está fixada em 8,75%, patamar que ainda é considerado alto, mas permite melhor funcionamento da economia. [SAIBAMAIS]Para justificar o cenário otimista que espera para o Natal, Alfeu apontou também a previsão de entrada de R$ 78 bilhões do 13º. salário na economia e de R$ 3 bilhões relativos às restituições do Imposto de Renda. Com juro mais baixo e mais recursos circulando, há mais oferta de empregos, o que favorece a regularização das dívidas do consumidor, disse Alfeu. Neste Natal, ele estima a criação de 12 mil empregos temporários no comércio, com 7% de crescimento sobre o ano passado, especialmente na área de cosméticos e de supermercados, onde será necessário contratar vendedores mais especializados e que para isso precisam ser treinados com antecedência. Desses contratados, a tendência é que sejam efetivados entre 20% e 30%, afirmou o presidente do SPC Brasil. Para ele, a pequena e a microempresa comercial, industrial e agrícola foram responsáveis pela transição favorável que o país teve, depois da crise mundial deflagrada no final do ano passado na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, as empresas menores não demitiram, ao contrário dos grandes grupos, como os do setor mineral, que vendo as exportações caírem, passaram a dispensar trabalhadores. Nessa fase, a indústria teve as vendas reduzidas pela metade, mas hoje já conta com recuperação de 6% nos negócios. De acordo com Alfeu, o exemplo dado pelo segmento empresarial, que trabalha com menos funcionários, já mostrou também bons resultados na Itália, o que não ocorreu em outros países europeus e nos Estados Unidos, onde milhões de pessoas foram demitidas de grandes grupos por causa da crise. "Aqui as empresas menores seguraram a economia". Na opinião de Alfeu, o que falta no país é reduzir o custo Brasil e favorecer o trabalho das empresas também com um spread (diferença entre a taxa de captação dos recursos e a cobrada pelos bancos na hora de conceder empréstimos) mais baixo. O comércio reclama também, segundo ele, da ausência de regulamentação para a área do cartão de crédito, que "suga o dinheiro da economia e o concentra todo no sistema financeiro". Na entrevista, o presidente do SPC Brasil também apresentou números mostrando que a inadimplência dos consumidores caiu 5,8% em setembro em comparação com a do mês de agosto.

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