Economia

Emprego é variável que melhor demonstra recuperação da economia, diz diretor do Ipea

postado em 15/10/2009 20:23
O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Sicsú, afirmou nesta quinta-feira (15/10), com base na Carta de Conjuntura do órgão, que a economia brasileira se recuperou no segundo trimestre do ano, como já era esperado que ocorresse. Segundo ele, essa recuperação e os dados já conhecidos do terceiro trimestre indicam que a crise no Brasil já passou e só é preciso analisar agora a velocidade de recuperação da crise. [SAIBAMAIS]Sicsú enfatizou que o emprego é a variável que demonstra melhor a recuperação, já que a taxa de desemprego está em torno de 8%, o que é considerado bastante aceitável para períodos de recuperação econômica. "Os empregos formais estão crescendo mês a mês, de forma bastante positiva, com 250 mil novas vagas formais. A surpresa mais positiva foi que metade dessas vagas vieram do segmento que estava mais atrasado no processo de recuperação da economia, que é a indústria." O diretor do Ipea destacou que a balança comercial também dá sinais positivos, mas lembrou que há uma preocupação com relação ao dólar, que tem apresentado forte valorização. Ele disse que o crédito continua sendo ampliado com a forte participação dos bancos públicos e do crédito direcionado para investimentos e a área agrícola. Sicsú disse que as finanças públicas estão em situação confortável, apesar de terem caído neste ano em relação ao resultado de 2008, o que já era esperado como efeito da crise que se agravou no final do ano passado. "Nesse sentido, é esperado que também a receita se reduza nesse período [em 2009]. A relação dívida-Produto Interno Bruto tem estado bem comportada, na faixa superior a 40%, entretanto, o que explica, em grande parte, esse patamar foi a valorização cambial dos últimos meses." O deficit nominal acumulado em 12 meses está na ordem de 3%, o que Sicsú considerou positivo. Ele elogiou a reação do governo em adotar políticas fiscais mais agressivas em função da desaceleração econômica provocada pela crise. "Nesse quadro, talvez o deficit pudesse crescer mais do que isso, mas estamos nessa situação porque terminamos o ano passado com um deficit bastante baixo, quase com um orçamento equilibrado", concluiu.

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