postado em 21/10/2009 21:29
A manutenção da taxa Selic, que mede os juros básicos da economia, em 8,75% ao ano é "aceitável", disse nesta quarta-feira (21/10) o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Ao sair da reunião do Grupo de Acompanhamento do Crescimento (GAC), ele afirmou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é "tranquilizadora", apesar de ter afirmado que havia espaço para redução.
[SAIBAMAIS]Mais cedo, a CNI divulgou nota do presidente da instituição criticando a manutenção da taxa. A decisão, segundo Monteiro Neto, "está em total descompasso com a situação industrial brasileira". Ele disse, na nota, que "decisão não se justifica, pois a inflação está controlada e o crédito à pessoa jurídica ainda está comprometido. Essa situação requer novo corte nos juros".
Mas, na saída da reunião, os comentários de Monteiro Neto foram mais amenos. "Dentro do quadro atual, a manutenção dos juros é um dado que considero aceitável", afirmou. Para o presidente da CNI, diante da possibilidade de elevação da taxa, a postura do Banco Central representa um alívio para o setor produtivo.
"A inflação está controlada, portanto era possível admitir até alguma redução, mas como há setores que estão apontando para uma perspectiva de elevação da taxa, a manutenção foi uma medida, de certo modo, tranquilizadora", afirmou.
Na reunião, contou o empresário, representantes de setores beneficiados pela redução de impostos pediram a prorrogação das desonerações. Segundo Monteiro Neto, integrantes da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) reivindicaram a prorrogação da extensão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca.
Segundo ele, representantes do setor de materiais de construção também pediram a manutenção da desoneração de IPI para o setor. "A construção civil tem um ciclo longo, portanto o aumento do IPI prejudicaria o programa Minha Casa, Minha Vida", disse ele.
Composto por representantes dos empresários e do governo, o GAC inicialmente era chamado de Grupo de Acompanhamento da Crise. Em agosto, quando os empresários avaliaram que o pior da crise tinha passado, o grupo foi rebatizado de Grupo de Acompanhamento do Crescimento.
No encontro de hoje, o nome foi novamente alterado. O grupo passará a se chamar de Grupo de Avanço da Competitividade e terá o número de representantes reduzido para cerca de dez a 15 pessoas. O foco das discussões será o barateamento das exportações e a desoneração dos investimentos.