postado em 23/10/2009 10:58
As contas externas brasileiras registraram um rombo de US$ 2,311 bilhões em setembro. O resultado decorreu principalmente pelo baixo saldo da balança comercial, com superávit de US$ 1,329 bilhão, e pelas fortes remessas de lucros e dividendos por multinacionais instaladas no país. Juntas, essas empresas remeteram US$ 1,508 bilhão para suas matrizes. Também pesou para o déficit das contas externas os gastos dos brasileiros em viagens ao exterior. Somente em setembro, as despesas desses viajantes superaram em US$ 652 milhões os gastos de turistas estrangeiros no país. Os investimentos estrangeiros diretos voltados para a produção e a criação de empregos apontaram saldo positivo de US$ 1,816 bilhão, registrando queda de 71% em relação ao mesmo mês de 2008, quando totalizaram US$ 6,241 bilhões.
Os investimentos em carteira, que agregam as bolsas de valores e o mercado de renda fixa, somaram US$ 6,553 bilhões, confirmando todo apetite dos estrangeiros pelo país. Esse movimento, inclusive, foi um dos fatores que levaram o governo a taxar com o IOF de 2% a aplicaçoes de estrangeiros no mercado financeiro nacional. Para se ter uma ideia desse apetite, em setembro do ano passado, mês em que quebrou o banco americando Lehman Brothers, os investimentos em carteira registraram déficit de 1,809 bilhão de dólares. Na visão do governo, o excesso de dólares no país está provocando uma valorização exagerada do real, prejudicando as exportações brasileiras.