postado em 24/10/2009 11:10
A mineradora está avaliando a opção de compra de 51% da Insitec, empresa de Moçambique dona de concessões ferroviárias e portuárias, o que viabilizaria a expansão do seu projeto de carvão (Moatize) naquele país. Ontem, a Vale assinou em Moçambique protocolo de intenções com o governo e a Insitec, acionista das empresas constituintes do Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN). Participaram o ministro de Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula; o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli; e o presidente da Insitec, Celso Corrêa.
Segundo a Vale, o objetivo é reproduzir o modelo de integração mina-ferrovia-porto usado com sucesso no Brasil. "A viabilização desse corredor logístico possibilitará a expansão da mina de carvão de Moatize, facilitando o desenvolvimento da mina de fosfato de Evate, projetos moçambicanos que estão atualmente em fase de estudo, além de permitir no futuro o escoamento do cobre a ser produzido pela Vale no Copperbelt da Zâmbia", informou a companhia.
O projeto Moatize prevê a produção inicial de 11 milhões de toneladas de carvão, que já tem logística assegurada. A compra das ações da Insitec seriam para garantir a expansão de Moatize para 24 milhões de toneladas. "Estamos examinando a viabilização de ferrovia de Moatize a Nacala, envolvendo construção de ligação ferroviária com aproximadamente 180 quilômetros de extensão entre Moatize e Lirangwe, no Malawi", informou a Vale. Além disso, "a empresa avalia a reabilitação de 730 quilômetros da ferrovia já existente, conectando o Malawi a Moçambique, e o desenvolvimento de um terminal marítimo de águas profundas em Nacala", complementou a companhia.
"O projeto vai promover o desenvolvimento da África Oriental, com destaque para países como Moçambique, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo, onde existem importantes reservas de carvão, cobre e fosfato e enorme potencial agrícola", declarou na nota o presidente da Vale, Roger Agnelli, que anunciou investimentos de US$ 12,9 bilhões para 2010.
O executivo tem sido pressionado pelo governo brasileiro para investir mais no Brasil, que receberá 63% do total anunciado. Agnelli tem demonstrado porém que a companhia também precisa se expandir internacionalmente. Além do protocolo em Moçambique, a Vale participa de uma licitação na Mongólia, também para exploração de carvão.