postado em 27/10/2009 08:15
A retomada da confiança por parte do empresário industrial era um dos poucos indicadores que faltavam para que o setor afirmasse, com alguma margem de segurança, ter deixado para trás o pior da crise que varreu economias de todo o mundo. Em outubro, o termômetro que mede o otimismo na indústria marcou 65,9 pontos dos 100 possíveis, o melhor resultado desde janeiro de 2005, quando foram registrados 66,2 pontos.
Ao ser comparado com julho, última análise disponível, o indicador mostra uma variação positiva de 7,7 pontos. Ante outubro de 2008, primeiro mês após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers ; fato que desencadeou a crise ;, o índice avançou 13,4 pontos. A comparação também é positiva sobre janeiro, mês que registrou o pior resultado para o indicador desde 1999. Em relação a essa base de comparação, o indicador de outubro acumula ganho de 18,5 pontos.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou ontem o estudo, reflete que o resultado de outubro indica um cenário de consolidação do processo de crescimento econômico e possível retomada dos investimentos. Também lembra que o bom número se deve à evolução sob uma margem de comparação bastante baixa, visto que somente agora a indústria volta a registrar números positivos.
Futuro
;Os resultados indicam que o empresário está percebendo o fim da crise e apostando em uma recuperação sustentada no futuro;, disse o gerente executivo de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, por meio da assessoria. O que corrobora a tese são os números que dão conta das expectativas futuras dos executivos da indústria. Em outubro, o indicador que mede a confiança do empresário para os próximos seis meses saltou para 68,7 pontos, contra 63,6 pontos em julho ; alta de 5,1 pontos no intervalo. Ante outubro de 2008, a diferença é três vezes maior: 15 pontos.
Outubro registrou o terceiro aumento seguido do indicador de confiança futura, dividido entre a aposta na empresa e na economia como um todo. Para o primeiro tipo de percepção, houve um crescimento de 5,1 pontos, de 63,6 pontos em julho para 68,7 em outubro. Na comparação entre os mesmos meses de 2008 e 2009, a alta foi ainda maior: de 15,3 pontos, diferença de 53,4 para 68,7 pontos.