Economia

Paralisação de 60 funcionários da GVT coloca em risco serviço a clientes

postado em 28/10/2009 08:00
Metade dos funcionários da área técnica da GVT está em greve há 20 dias em Brasília e o movimento deve ganhar força na semana que vem, com a adesão de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Motivo: dificuldades de negociação de reajuste salarial para os trabalhadores. Na capital federal, a paralisação das atividades de 60 funcionários, responsáveis por instalação e manutenção de serviços de telefonia fixa e banda larga, pode trazer prejuízo para os clientes. O secretário-geral do Sinttel-DF, José Goudim: Os efeitos negativos para o atendimento ao consumidor já são visíveis, segundo José Goudim Carneiro, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Distrito Federal (Sinttel-DF), mas a GVT quer esconder a greve a fim de não atrapalhar as negociações com a francesa Vivendi e a espanhola Telefônica para a venda da empresa. "Falam que é problema técnico, chuva e raio, e não a greve", afirma. A principal queixa dos sindicatos é a proposta de índices de reposição salarial inferiores à inflação. Em Brasília, o percentual é de 3,11%, ao passo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apurado para o período da data-base foi de 4,44%. Em Minas Gerais, apenas cerca de 2%, segundo Fernando Cançado, coordenador das negociações com a GVT pela Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel). "A data-base é setembro e propõem que vigore a partir de janeiro. Querem que o sindicato aceite", critica. A GVT informou que, apesar de 247 empregados terem manifestado aprovação em relação à proposta apresentada pela empresa, o Sinttel-DF se opôs à assinatura do acordo. Informou ainda que "propostas de aquisição do controle da empresa não interferem na prestação dos seus serviços". Telefônica Quem vai comprar a GVT: Telefônica ou Vivendi? Surpreendentemente, a Oi, concorrente da Telefônica, torce para a rival. "A Telefônica já conhece bastante o Brasil. Quando chega um novo player que não entende o sistema tributário, não sabe de custos escondidos, de custos trabalhistas, começa a fazer conta e a jogar o preço para baixo. Não é bom para o sistema. Pode inicialmente parecer bom para o consumidor, uma vantagem a curto prazo, mas a longo prazo destrói valor", argumentou Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi. Na visão de Luiz Cuza, presidente da Associação Brasileira de Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), ao defender a Telefônica, a Oi quer, na verdade, ter menos concorrência no mercado. Isso porque a espanhola tem licenças para entrar na região da Oi e Brasil Telecom desde 2002, mas as duas operadoras nunca se confrontaram. "Preocupa-nos essa negociação (com a GVT), pois o mais provável é que essa compra resulte na eliminação de um concorrente agressivo". Por essa razão, Cuza defende a entrada da Vivendi no mercado brasileiro.

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