Economia

Lula defende busca de ponto de equilíbrio para o câmbio no Brasil

postado em 28/10/2009 15:32
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (28/10) que é preciso encontrar um ponto de equilíbrio para a cotação do dólar, em que o real não seja muito valorizado, nem muito desvalorizado. Ele não soube informar qual seria o valor ideal para o câmbio. "Nesses sete anos de governo, tive a seguinte experiência: entra importador na minha sala querendo que o dólar esteja o mais barato possível. Sai o importador e entra o exportador, que quer o dólar o mais alto possível. Ora, qual é o papel do governo? Estabelecer um certo equilíbrio", afirmou. [SAIBAMAIS]Segundo o presidente, para tentar frear a queda da moeda norte-americana em relação à brasileira, estão sendo tomadas medidas como a compra de dólares pelo Banco Central e a taxação das aplicações estrangeiras no Brasil pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). "Nós temos consciência de que a entrada de muito dólar no Brasil, de forma exagerada, pode baixar muito o preço do dólar e sobrevalorizar o nosso real. Isso dificulta a exportação e facilita a importação. A gente vai ter deficit na balança comercial e, portanto, pode ter deficit na conta corrente, o que não é bom para o país", acrescentou o presidente. Lula disse que o Brasil se tornou a "bola da vez" no cenário econômico internacional e que, por isso, é preciso tomar cuidado para que o país não fique à mercê da especulação financeira. "Ou seja, daquele cidadão que, para ganhar um pouco de dinheiro, vem ao Brasil, coloca um monte de dólar e, 30 dias depois, tira o dólar." O presidente não quis dizer se será prorrogada a política de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, como fogões e geladeiras, que se encerra no próximo sábado. Segundo ele, isso passará por uma avaliação do Ministério da Fazenda, que tomará a "decisão na hora certa". Lula fez também críticas aos juros praticados pelos bancos brasileiros com seus cartões de crédito e cheques especiais. "Essa é uma briga minha que aumentou depois da crise econômica, porque o spread bancário [diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes na hora do empréstimo] aumentou. Já conversei isso com o Meirelles [Henrique Meirelles, presidente do Banco Central] e com o Guido Mantega [ministro da Fazenda], e é um trabalho que nós temos que fazer para reduzir o spread bancário no Brasil, que continua muito alto."

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