Os gastos do consumidor dos Estados Unidos caíram em setembro pela primeira vez em cinco meses, à medida que o impulso do programa de incentivo do governo ao setor automotivo acabou. O Departamento de Comércio informou que os gastos do consumidor norte-americano recuaram 0,5%, maior declínio desde dezembro, após dado revisado para cima de 1,4% em agosto. O fato teve influência no mercado (1)financeiro.
Em agosto, os gastos do consumidor, que normalmente correspondem a mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, foram impulsionados por um programa de incentivo do governo para troca de carros velhos por modelos mais novos e eficientes. A renda pessoal ficou estável no mês passado, após subir 0,1% em agosto. O número também ficou em linha com as expectativas do mercado. A renda real disponível caiu 0,1% em setembro. Apesar do declínio, os norte-americanos economizaram mais dinheiro no mês passado, reforçando a percepção de que ainda não se lançaram ao consumo.
Para piorar o cenário, o megainvestidor George Soros afirmou que a recuperação econômica global está sujeita a perder fôlego e que o risco de uma recaída permanece real. O sistema financeiro global precisa ser reinventado para prevenir uma reedição da crise, disse em uma palestra em Budapeste, pedindo uma nova Conferência de Bretton-Woods para revisar os métodos operacionais do FMI e considerar novas regras para controlar os movimentos de capital.
;Eu sinto muito em dizer a vocês que a recuperação está sujeita a perder força e pode até ser seguida por uma recaída, apesar de eu não ter certeza se ela vai acontecer em 2010 ou em 2011;, disse Soros. A economia dos Estados Unidos cresceu pela primeira vez em mais de um ano no terceiro trimestre, segundo números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na quinta-feira, sinalizando o final da pior recessão em 70 anos.
Soros disse que a liberdade total de movimentação que o capital financeiro tem se provou uma fonte de instabilidade e precisa ser limitada, junto com os ;desequilíbrios perigosos; causados pelo uso do dólar como a moeda internacional dominante.
Queda nas bolsas
Números frágeis da economia americana colaboraram para que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrasse o pregão com queda de 3,41%, após alta de 5,91% na quinta-feira. Com os resultados dos últimos dias, a bolsa brasileira teve leve alta de 0,05% em outubro. Em Nova York, o índice Dow Jones registrou baixa de 2,5%. No mercado de câmbio, o dólar fechou a sexta-feira cotado a R$ 1,764, com valorização de 1,76%.