postado em 03/11/2009 18:27
O Itaú Unibanco teve crescimento modesto da carteira de crédito e novo pico de inadimplência no terceiro trimestre, mas seu lucro recorrente superou as estimativas e o banco reduziu as provisões para perdas esperadas com calotes.
O maior banco privado brasileiro fechou o período com lucro líquido de 2,268 bilhões de reais, uma queda de 11 cento em relação ao lucro líquido proforma de 2,551 bilhões de reais no terceiro quarto de 2008.
[SAIBAMAIS]Em bases recorrentes, porém, o lucro de julho a setembro foi de 2,687 bilhões de reais, praticamente estável ante os 2,677 bilhões de reais em igual intervalo do ano passado. A previsão média de oito analistas consultados pela Reuters era de lucro recorrente de 2,493 bilhões de reais.
No fim do terceiro trimestre, a carteira de crédito do grupo somava 268,693 bilhões de reais, mostrando uma expansão de 5,5 por cento em relação aos 254,766 bilhões em doze meses. O desempenho foi prejudicado pelo efeito da valorização do real frente a moedas estrangeiras nas operações internacionais e nos financiamentos para grandes empresas, informou o banco.
O índice de inadimplência da carteira, medida pelo total de operações vencidas em prazo superior a 90 dias, era de 5,9 por cento no final de setembro, ante 5,4 por cento de junho e de 3,8 por cento de setembro do ano passado.
Mas houve queda no nível de operações vencidas há mais de 60 dias, o que pode indicar que o pior momento foi ultrapassado, segundo o banco. Por outro lado, os reflexos da crise financeira internacional continuaram a afetar a qualidade da carteira de empréstimos para empresas, explica o relatório.
"A análise dos níveis de inadimplência da carteira de crédito revela cenários distintos para as carteiras de clientes pessoa física e pessoa jurídica", diz trecho do documento.
Enxergando sinais pontuais de melhora, o banco reduziu em 7,1 por cento as provisões para perdas esperadas com calotes em relação ao final de junho, para 4,669 bilhões de reais.
A receita total com tarifas no período foi de 3,85 bilhões de reais, 0,73 por cento maior do que a apurada entre julho e setembro do ano passado.
A instituição, formada com a fusão entre Itaú e Unibanco há exatos 12 meses, fechou o terceiro trimestre deste ano com rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) de 18,9 por cento ante 23,3 um ano antes. Em bases recorrentes, o ROE foi de 22,4 por cento, ante 24,5 por cento.
Os ativos totais do banco em 30 de setembro eram de 612,399 bilhões de reais, ante 577,97 bilhões de reais 12 meses antes. Em 2009, o número total de funcionários do grupo encolheu em 6,062 mil, para 102.754 colaboradores.