Agência France-Presse
postado em 07/11/2009 17:45
O diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn disse neste sábado (07/11), após a reunião dos ministros das Finanças do G20 em Saint Andrews (Escócia), que sua organização está avaliando a implementação de uma taxa que seria aplicada aos bancos para compensar o risco que cada um assume com suas operações.O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, havia indicado previamente que o grupo estudava uma proposta de taxação sobre transações financeiras para que os bancos se responsabilizem por uma parte do que custaram ao contribuinte durante a crise, mas Strauss Kahn defendeu que, por motivos técnicos, esta não seria a melhor solução.
"Por muitas razões (uma taxa como a proposta por Brown) é muito difícil; na verdade, é impossível", estimou, afirmando que "preferia uma segunda melhor solução que seja possível aplicar".
"Hoje é razoável, com a crise que acabamos de viver, dizer que o setor financeiro, portador de maiores riscos que outros setores econômicos, deve pagar parte de destes riscos, e que não é de modo algum normal que indivíduos ou empresas possam assumir riscos desmedidos que depois são pagos pela coletividade", destacou.
Segundo Strauss-Kahn, sua organização trabalha atualmente com um sistema desenvolvido a pedido dos chefes de Estado que se reuniram em setembro em Pittsburgh (Estados Unidos), que foi batizado de "taxa FMI".
Esta teria "o objetivo de reduzir a assunção de riscos no setor financeiro" e "ao mesmo tempo constituir uma espécie de fundo de reserva que poderia ser usado em caso de crise".
"Nos países onde houver muita regulação financeira, haverá menos necessidade de constituir uma apólice, porque haverá menos risco, enquanto onde houver menos regulação, como os Estados Unidos, será necessário pagar uma apólice mais cara", explicou Strauss-Kahn, comparando o sistema a um contrato de seguros.
Strauss-Kahn disse ainda que o valor arrecadado com a taxa "se acumularia para não ser necessário recorrer aos contribuintes em caso de crise".
"Se chegarmos a de fato instaurá-la, teremos dado um grande passo na regulação do sistema financeiro", estimou.