Agência France-Presse
postado em 10/11/2009 19:33
Dois ex-diretores de um fundo especulativo acusados de terem mentido aos investidores foram absolvidos pela justiça de Nova York, depois de um mês de julgamento, informou à AFP uma porta-voz do tribunal federal do Brooklyn.
[SAIBAMAIS]Ralph Cioffi e Matthew Tannin foram acusados de mentir aos clientes antes do colapso, em junho de 2007, de investimentos especulativos no Bear Stearns.
O banco quebrou um ano depois, convertendo-se na primeira grande vítima da crise financeira global.
Os dois dirigentes haviam se declarado inocentes das acusações de fraude, conspiração e crime (uso de informação privilegiada em proveito próprio). Se considerados culpados, poderiam pegar penas de 20 anos de prisão.
O julgamento representou o primeiro teste para determinar se os financistas de Wall Street têm responsabilidade judicial pelo colapso espetacular do sistema em 2008.
Durante o julgamento, os promotores pintaram um quadro de cobiça especulativa e práticas inescrupulosas, no qual os acusados resguardaram fortunas pessoais, mas se abstiveram de advertir os clientes sobre a iminente quebra do sistema de empréstimos hipotecários que precipitou a crise.
Também alegaram que ambos os réus eram responsáveis por perdas de entre 1,4 bilhão e 1,6 bilhão de dólares dos investidores.
A defesa, no entanto, terminou convencendo o júri de que seus clientes eram operadores que tomaram decisões legítimas num banco respeitado, mas que se viu envolvido na crise.
Bear Stearns foi uma das principais vítimas da debacle financeira. O banco quebrou em 2008 e foi comprado pelo JP Morgan em operação respaldada pelo Estado.