postado em 11/11/2009 01:28
Diferente do emprego industrial, que ficou positivo nos estados menos industrializados apesar da crise econômica mundial, a indústria, como um todo, arrefeceu nos mais variados recôncavos brasileiros. Das 14 unidades da federação pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nenhuma registrou alta na produção industrial entre os meses de janeiro e setembro deste ano. As perdas mais fortes ocorreram em Santa Catarina (-11,3%), Rio Grande do Sul (-11,4%) e São Paulo (-12,44%). Mas houve baixas também no Ceará (-6,8%), Goiás (-1,1%) e Pará (-8%).
[SAIBAMAIS]Entretanto, foi em Minas Gerais, por causa das siderúrgicas, e no Espírito Santo que a indústria mais perdeu fôlego, neste ano. De janeiro a setembro, o crescimento acumulado nesses dois estados ficou negativo em 18,8% e 23,5%, respectivamente. "Em geral, a produção industrial ficou bastante negativa para todos. Mas, sobretudo, para estados fortes em produção de bens duráveis (automóveis, máquinas de lavar, aparelhos televisores). Esses sentiram bastante forte o impacto da falta de demanda", avalia a economista Ariadne Vitoriano, analista de indústria e emprego da corretora Tendências.
Na opinião dela, esses setores foram vítimas da falta de liquidez nos mercados externos, o que provocou escassez de crédito no Brasil. E também falta de empregos. Essa combinação, ela explica, fez com que não só a indústria exportadora sofresse mas também o setor produtivo que abastece o mercado doméstico brasileiro. "Com a volta do crédito e a manutenção da renda, é provável que tenhamos um retorno gradual da produção. E também do emprego. Mas, sobretudo para o emprego, não acreditamos que irá crescer de maneira muito forte nos próximos meses", ela diz.