postado em 17/11/2009 19:54
O maior problema para as exportações, em geral, e para a indústria, em particular, é a valorização do real ante o dólar norte-americano e as moedas mais fortes do mundo, o que ;retira competitividade" dos produtos brasileiros no mercado externo. A afirmação foi feita nesta terça-feira (17/11) pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, deputado federal pelo PTB de Pernambuco, ao participar do Seminário Internacional sobre Crise Global, no auditório da TV Câmara.Armando Monteiro Neto disse que o real avançou, neste ano, cerca de 30% em relação ao dólar dos Estados Unidos e ao ien do Japão; também cresceu em torno de 20% comparado ao euro, um pouco mais que isso diante da libra esterlina, da Inglaterra, e mais de 40% em relação ao peso argentino. [SAIBAMAIS]O diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Júnior, que também participava do encontro, acrescentou que apenas duas moedas valorizaram mais que a moeda brasileira: o rande, da África do Sul, e o dólar australiano.
Para o chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, existe ainda "perspectiva inequívoca de mais valorização do real;, por causa da enxurrada de dólares no mercado nacional, mesmo com a taxação de 2% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para ele, foi uma decisão acertada a taxação dos investimentos estrangeiros em renda fixa e em Bolsa de Valores. ;O câmbio é o problema mais sério que temos hoje no curto prazo;, afirmou Freitas.
De acordo com Monteiro Neto, o Brasil foi bem-sucedido na travessia da crise financeira internacional, que afetou seriamente a indústria pela falta de crédito. Houve forte desaceleração da produção nacional, segundo ele, embora o setor venha se recuperando há nove meses, de forma lenta e gradual, e uma eventual mudança desse ritmo dependerá muito do retorno das exportações, ora prejudicadas pela valorização cambial, disse ele.
O presidente da CNI está confiante, contudo, na recuperação industrial com mais velocidade, uma vez que ;os sinais de aumento da atividade econômica são bons;. Para ele, não há dúvida de que a economia vai crescer em 2010. A questão agora, salientou, é saber se esse crescimento será sustentado nos anos seguintes, pois não se pode perder de vista que ;o dólar tende a perder importância como moeda padrão;.