[SAIBAMAIS];Todo mundo sabe que o dólar vai perder força nos próximos anos, em função dos problemas da economia americana e dos deficits fiscais e comerciais;, disse Monteiro. ;Até se adotar outra moeda padrão ou um novo arranjo do padrão monetário internacional, os países emergentes poderão sofrer muito porque passam a ser objeto de especulação e de ganhos que se realizam em curto prazo.;
De acordo ele, há, no Brasil, um agravante, que é o diferencial da taxa de juros doméstica para a taxa de juros externa. ;O que acontece é que [o especulador] se financia em operações nos EUA, a juros quase negativos, para se aplicar no Brasil, em função das taxas de juros;, afirmou.
Para Monteiro, é difícil apontar um câmbio ideal porque há setores que importam insumo. "Mas o fato é que não vejo hoje um câmbio que possa ser inferior a R$ 2,30 para que o setor exportador se veja remunerado.;
Para o vice-presidente da República, José de Alencar, a discussão sobre o câmbio é subjetiva. ;Há pessoas que gostam do câmbio no patamar em que está. E há outras que não gostam. Se [o dólar] custasse R$ 2,60, certamente facilitaria a competição da indústria brasileira no mercado internacional. Mas só que isso pode ter vida curta;, comentou Alencar.
;O câmbio deve ser flutuante, mas não em relação a outra moeda, porque a outra também pratica determinadas políticas que alteram o valor dela", acrescentou Alencar, que participou do 4o Encontro Nacional da Indústria.
A carta redigida pela CNI apresenta reivindicações de curto prazo, para o atual governo, e de longo prazo, dirigida aos candidatos à Presidência da República.
Entre os itens a curto prazo, a carta defende o aumento da competitividade da indústria nacional, com melhores condições de financiamentos para o setor exportador; desoneração e marco regulatório visando a estimular investimentos; incentivo à inovação; redução do custo do capital e do spread bancário; e a desburocratização do comércio exterior.
Em longo prazo, defende avanços nas reformas tributária e da Previdência, além de investimentos na desburocratização do setor público e acordos comerciais para aumentar o acesso ao mercado internacional.
;O Brasil pode crescer mais e melhor. É fundamental avançar em reformas que aumentem o potencial de crescimento da economia. A diferença de dois pontos percentuais na taxa de crescimento pode representar, ao final de 10 anos, um crescimento da renda per capita de 20%;, afirmou Monteiro.