postado em 19/11/2009 09:09
O polêmico tema da redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas ganhou mais um argumento contrário. Uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio à s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) concluiu que caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 231/95, que institui o encolhimento do horário, seja aprovada, a informalidade no paÃs poderá aumentar. O número de empregos gerados com a medida também seria mÃnimo. O levantamento é um contraponto aos estudos que defendem que a redução criará 2,5 milhões de empregos formais.
Entre setembro e outubro, o Sebrae sondou 3 mil proprietários de empresas de pequeno porte em todo o paÃs. A resposta obtida foi que a maioria dos entrevistados, 63%, é contra a proposta. "O que nos surpreendeu é que 42% deles não conheciam a medida até serem questionados pela pesquisa. Isso é um número alto", relatou o diretor presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. "Essa pesquisa traz o ponto de vista das micro e pequenas empresas porque elas representam mais da metade dos empregos formais no Brasil, são um segmento importante para a economia", disse.
Com a redução da jornada de trabalho, 51% dos empresários declararam que vão manter o mesmo número de empregados e 19% responderam que terão de demitir. Somente 8% afirmaram que irão ampliar o quadro de pessoal. Quando questionados sobre as horas extras, 43% informaram que manteriam o volume que já é pago atualmente e 27% afirmaram que reduziriam. "Se não vai haver aumento de emprego e de horas extras, não vejo outra saÃda além de contratar informalmente para manter a produção", avaliou Okamotto, sem, no entanto, estimar em quanto a informalidade poderia avançar.
Para o empresário do ramo de informática Alexandre Costa será um problema se a redução aprovada. "O Brasil está em um momento de crescimento e precisamos fazer resultado. Se reduzirmos a força de trabalho, diminuÃmos a produtividade", disse. "Em função de menos 20 horas trabalhadas por um colaborador, eu não contrataria mais um. Os encargos são muito altos para que o número de funcionários seja ampliado", afirmou.
Segundo Okamotto, a diminuição da jornada pode ampliar os problemas trabalhistas. Uma opção melhor, de acordo com ele, são os acordos coletivos, nos quais a carga horária pode ser decidida entre patrões e empregados.
Confira áudio com Paulo Okamotto, diretor presidente do Sebrae