postado em 20/11/2009 10:42
Uma pesquisa feita pela Fundação de Proteção ao Consumidor (Procon) mostrou que 44,26% dos afrodescendentes do município de São Paulo já sofreram algum tipo de discriminação nas relações de consumo.
[SAIBAMAIS]Realizado em parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares, o estudo revelou que apenas 3,7% dos consumidores denunciaram a discriminação às autoridades competentes. Os consumidores mostraram ainda que a prática mais comum é a falta de atendimento por vendedores, a desconfiança dos seguranças e até mesmo a proibição da entrada no estabelecimento.
A falta de atendimento foi o que fez a nutricionista Luciana Aparecida Mazagão procurar uma concessionária de marca concorrente à que queria na hora de trocar o carro. "Fui na loja escolher um veículo novo e ninguém me atendeu. Achei um absurdo porque além de ser preconceito com a minha cor também foi falta de educação, pois estava grávida e não tive nenhuma prioridade", lembrou. A nutricionista pediu que um vendedor a atendesse, sem sucesso. "Fui embora e fiquei com tanta raiva daquela concessionária que decidi comprar um carro de outra marca e em outra loja, onde fui muito bem atendida", explicou.
A pesquisa do Procon mostrou ainda que o tipo de estabelecimento em que o consumidor afrodescendente mais se sentiu discriminado foi loja de roupas, seguido por banco/financeira, supermercado e shopping center.