postado em 24/11/2009 14:43
O diretor indicado do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, defendeu a manutenção do câmbio flutuante (sem valor fixo) e afirmou que o governo não define valor ideal da taxa de câmbio, que deve ser delimitado pelo mercado financeiro, nas ações do dia a dia por meio da oferta e demanda de moeda estrangeira. Mendes foi sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.
[SAIBAMAIS]Ele justificou a valorização excessiva do real e a queda do dólar como consequência do momento excepcional de oferta de moeda estrangeira, fruto da injeção de recursos que houve nas economias dos diversos países para combater a crise econômica. Mendes ressaltou que o enfraquecimento do dólar tem ocorrido em todos os lugares e, claro no Brasil, tem uma reflexão na taxa de câmbio.
"Por outro lado, a economia brasileira tem apresentado estabilidade e excelente expectativa de crescimento. Sendo assim, tem atraído investimento", disse para mostrar que existe uma combinação local e internacional favoráveis ao ingresso de moeda estrangeira.
No último dia 17, diante de uma plateia de empresários, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou estudo do banco de investimentos Goldman Sachs, segundo o qual o câmbio de equilíbrio para o Brasil (o valor do dólar levando em conta a inflação e o nível de produtividade) seria de R$ 2,60 e não o nível atual de R$ 1,70.
Mantega enfatizou na ocasião que o governo não trabalha com o conceito de câmbio de equilíbrio, mas admitiu bem humorado que com câmbio a essa taxa de R$ 2,60 o país venceria as indústrias chinesa e a coreana.
Com o real muito forte, as exportações ficam caras e os produtos brasileiros deixam de ser competitivos. Mantega, no entanto, se apressou em dizer que o estudo não endossa o que o governo considera câmbio ideal.