Economia

Cancelada a prova de concurso do Mdic

Houve erro na distribuição das provas e novos exames podem ocorrer em dezembro

Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas, Luiz Calcagno
postado em 30/11/2009 09:29
Os 16.556 candidatos que disputam as 129 vagas para o cargo de agente administrativo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) terão que fazer novas provas. Sem qualquer explicação aos concurseiros, a Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio) cancelou as provas da seleção para o cargo de nível médio, que seriam realizadas na tarde de ontem. Já os exames aplicados pela manhã para o cargo de nível superior estão mantidos. Ao todo, o ministério oferece 191 vagas com salários que variam de R$ 2.067 a R$ 2.643.

Segundo a assessoria de imprensa do Mdic, a Funrio explicou que o cancelamento das provas para o nível médio ocorreu por causa de um erro na impressão e na distribuição do material do concurso. Uma das provas do nível superior (aplicada pelo período da manhã) foi misturada com as provas do nível médio (que seriam aplicadas à tarde). Só depois que as provas foram distribuídas é que a Funrio se deu conta do erro. Imediatamente veio a ordem do cancelamento.

De acordo com o ministério, a comissão de licitação marcou para a manhã de hoje uma reunião para discutir o assunto. A data do concurso deve ser remarcada provavelmente para dezembro. O Ministério garante que os concurseiros não serão prejudicados. Tanto a comissão de licitação quanto a Funrio vão fazer o possível para que a nova data não coincida com a de nenhum outro concurso. Caso o candidato não queira mais fazer o exame, terá direito à devolução da taxa.

Essa não é a primeira vez que acontece uma confusão em concurso organizado pela Funrio. Em setembro, a fundação teve que cancelar o concurso do Ministério da Justiça. Os candidatos alegaram desorganização na entrega do material, provas sem lacre, nomes trocados nas salas e nas carteiras e fiscais despreparados, que ficam falando ao celular durante a realização das provas.

Desta vez não foi muito diferente. Pelo menos 30 candidatos saíram dos locais de prova diretamente para a 1; Delegacia, na Asa Sul. Lá, registraram ocorrência, alegando que receberam provas em envelope sem lacre. Os candidatos também disseram aos policiais que as provas foram trocadas. Segundo os concurseiros, havia pessoas na sala que dispunham do gabarito.

O candidato Paulo Henrique de Almeida estava revoltado. Formado em sistemas de informática, com pós-graduação em engenharia do solo, ele saiu de Unaí bem cedo para prestar o exame. ;Quem vai pagar pelo prejuízo?;, perguntava. Paulo Henrique trabalha na secretaria de saúde municipal e está fazendo o concurso para obter melhores condições de trabalho e renda. ;Estudei por três meses e não consegui fazer a prova. Isso é frustrante;, reclamou.

Outra que não se conformava era Flávia Fernanda Estrela. Ela está morando em Brasília há dois anos e se dedica a estudar para passar em uma seleção. ;Estou com medo de ser prejudicada em outro concurso do Mdic, pois deixei o gabarito em branco e assinado. Eles não me deixaram sair com ele;, disse, referindo-se aos fiscais da Funrio. Também Fernanda Aidar Mariano Rego demonstrou a mesma preocupação. Estudante do segundo grau, ela teme que a nova prova seja remarcada para 12 e 13 de dezembro, quando também acontecerão os exames do Programa de Avaliação Seriada (PAS).

A concurseira Fernanda Lopes, uma das candidatas que faziam prova na UDF, deu início aos protestos que anularam o concurso. Fernanda foi à 1; DP e prestou queixa sobre a desorganização. Segundo ela, alunos que também tinham feito a prova no turno da manhã começaram a reclamar que as questões da avaliação eram iguais, exceto nas provas de português e administração financeira e orçamentária. ;Me senti injustiçada. A prova era praticamente idêntica. Os fiscais foram grosseiros, não tinham orientação e ainda tentaram segurar as pessoas na sala;, protestou.

"Temo ser prejudicada em outro concurso do Mdic, pois deixei o gabarito em branco e assinado"

Flávia Fernanda Estrela, candidata

"Estudei por três meses e não consegui fazer a prova. Isso é frustrante"
Paulo Henrique de Almeida, candidato


O número
16.556 -
Número de candidatos que ontem iriam prestar exame para a seleção de 129 vagas de agente administrativo

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