Economia

Saldo da balança comercial deverá fechar o ano abaixo de 2008, diz secretário

postado em 01/12/2009 17:21
A manutenção das importações e a queda das exportações, típica do fim de ano, deverão fazer a balança comercial fechar o ano com saldo positivo menor que o de 2008, disse nesta terça-feira (1;/12) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral. Segundo ele, o resultado da balança comercial deste ano não deverá ultrapassar o superavit de US$ 24,7 bilhões registrado em 2008.

[SAIBAMAIS]Para este mês, o secretário estima que a balança comercial ficará próxima de zero. No acumulado do ano, o superavit está em US$ 22,6 bilhões, 3,8% abaixo dos US$ 23,2 bilhões obtidos de janeiro a novembro do ano passado. Com o equilíbrio entre exportações e importações previsto para dezembro, o saldo deverá fechar este ano abaixo do de 2008.

;Não diria que o país possa registar deficit na balança comercial em dezembro, mas o saldo deverá ficar próximo de zero neste mês e provavelmente fechará o ano abaixo do de 2008;, afirmou Barral. Segundo ele, fatores sazonais, como as festas de fim de ano e as férias, reduzem as vendas externas, o que impede uma reação do saldo em dezembro.

Apesar da queda no saldo da balança comercial (diferença entre exportações e importações), o secretário manteve a projeção de que as exportações fecharão o ano entre US$ 150 bilhões e US$ 151 bilhões. Para 2010, o governo manteve a meta de US$ 168 bilhões para as vendas externas, o que representa crescimento de 8% a 10% no próximo ano.

;Um cenário como o do ano passado dificilmente se repetirá. No ano que vem, deveremos voltar aos níveis de 2007 [quando as exportações ficaram em US$ 160 bilhões];, disse Barral.

Para o secretário, o principal desafio do país no momento é recuperar as exportações para os Estados Unidos, que caíram 43,7% em 2009. De acordo com o secretário, a demora na recuperação da economia norte-americana está interferindo nas vendas externas brasileiras. ;A pauta de exportações para os Estados Unidos é composta de insumos para as indústrias norte-americanas, que ainda não retomaram os níveis de produção;, explicou Barral.

Em 2009, de acordo com o secretário, as vendas externas ficaram estáveis para quase todos os mercados. As exceções são Estados Unidos e África, que compraram menos do Brasil. Em contrapartida, as exportações para a China cresceram 21,6% de janeiro a novembro. Desde o início do ano, o país asiático tornou-se o principal destino das mercadorias brasileiras.

Além da lentidão na recuperação da economia dos países desenvolvidos, Barral apontou o câmbio como fator que atrapalha o crescimento das exportações do país. ;A competitividade dos produtos brasileiros é prejudicada, mas o problema se agrava quando temos vários países que controlam o câmbio de maneira artificial;, declarou o secretário.

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