Agência France-Presse
postado em 03/12/2009 14:11
Barack Obama participa nesta quinta-feira (3/12), na Casa Branca, de um fórum sobre a criação de empregos nos Estados Unidos, num momento em que o número de demissões continua caindo, porém menos que o esperado.
Numa época em que o Congresso e o governo estudam uma forma de ajudar as pequenas e médias empresas a contratar, o presidente americano recebe nesta quinta-feira empresários como os presidentes da Google, Eric Schmidt, e da Disney, Bob Iger, economistas como os Prêmios Nobel Joseph Stiglitz e Paul Krugman, e representantes dos trabalhadores.
Empresários e trabalhadores devem conversar sobre as formas de criar empregos, num momento em que o crescimento está retornando, mas ainda não permitiu a criação de postos de trabalho.
Obama quer ouvir o setor privado, conhecer suas ideias sobre a economia", declarou o porta-voz Robert Gibbs.
Por sua vez, o número dois da minoria republicana na Câmara dos Representantes, Eric Cantor, apresentou quarta-feira ideias da oposição para combater o desemprego nos EUA.
Segundo ele, "os criadores de emprego estão numa situação difícil porque Washington continua não somente gastando o dinheiro que não tem como também persiste em promulgar regras que desencorajam os criadores de emprego", afirmou, Eric Cantor criticou, principalmente, qualquer aumento de imposto.
Segundo a pesquisa mensal do gabinete de recursos humanos ADP publicada quarta-feira, as demissões recuaram em novembro pelo oitavo mês consecutivo, de 13% em relação a outubro.
O número de demissões repentinas (169 mil) é no entanto mais elevado que esperado pelos analistas (150 mil cortes).
Segundo o ADP, o setor de serviços, que garante mais de 85% do emprego não agrícola nos EUA, perdeu pouco mais postos em novembro do que no mês anterior (81 mil contra 79 mil).
O estudo mostra que a economia dos EUA está longe de ter encontrado seu dinamismo: quase três quartos das demissões líquidas de novembro foram em pequenas e médias empresas (menos de 500 empregados) - forças motrizes da criação de empregos.
O ritmo das demissões desacelera levemente nas empresas come menos de 50 empregados. É um sinal animador, porque elas são as mais dinâmicas (elas criaram sozinhas entre um terço e 40% dos empregos novos nos dois períodos precedentes de expansão econômica).
"Essas pequenas e médias empresas sofreram um enforcamento com a crise do crédito que entravou seu desenvolvimento e, com isso, elas vão demorar muito para retomar as contratações", comentou Ian Shepherdson, do gabinete de economistas HFE.
O estudo do ADP deu um primeiro sinal da evolução mensal do emprego nos EUA antes dos dados oficiais a serem publicados na primeira sexta-feira do mês pelo departamento do Trabalho.
Os analistas prevêem que o relatório do ministério apontará para 120 mil demissões em novembro (após 190.000 em outubro), para uma taxa de desemprego estável a 10,2%, seu mais alto nível desde junho de 1983.
Em suas últimas previsões publicadas em 24 de novembro, o banco central (Fed) deu a entender que o desemprego poderia começar a cair em janeiro.
Mas para ADP, "o emprego deve continuar caindo durante alguns meses ou menos".
O banco central prevê que a queda do número de desempregados será particularmente lenta e que o desemprego pode ser ainda superior a 8% em 2012.