WASHINGTON - Os Estados Unidos enxergam o Brasil como um sócio credor, e não mais como um país devedor, depois das reformas de cota implementadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), somadas ao papel assumido pelo país no G20, declarou nesta sexta-feira Nancy Lee, subsecretária do Tesouro americano para a América Latina.
"Agora conversamos com o Brasil e com outros países emergentes como sócios credores, e já não mais em função da antiga linha divisória entre países credores e países devedores", disse a funcionária em um discurso na sessão plenária anual do Conselho de Negócios Estados Unidos-Brasil.
"É uma evolução transformadora em nossas relações", acrescentou.
Na semana passada, o Brasil aumentou seu aporte ao programa de compra de bônus do FMI, de 10 para 14 bilhões de dólares.
Durante a última cúpula dos países ricos e emergentes (G20), o Brasil também conseguiu junto às outras nações em desenvolvimento uma declaração para transferir "pelo menos 5%" do poder de voto no FMI e 3% no Banco Mundial para os países emergentes.
Estas reformas não só aumentaram o peso dessas nações nas instituições multilaterais como também representam uma "grande apólice de seguros para os países emergentes com políticas adequadas", explicou Lee.
Os Estados Unidos compartilham com o Brasil a visão de que as mudanças de governança "são essenciais para a efetividade e legitimidade dessas instituições", acrescentou.
Indagada sobre o eventual ingresso brasileiro na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Lee respondeu: "Certamente acreditamos que é um grupo no qual Brasil deve estar interessado".
Seria uma decisão lógica, mas é totalmente brasileira, frisou.