Economia

Greve dos aeroviários pode ameaçar Natal

postado em 15/12/2009 08:26
Os trabalhadores das companhias aéreas ameaçam cruzar os braços em 23 e 24 deste mês caso não seja fechado um acordo com as empresas para o reajuste dos salários. "Ainda há risco de greve", afirma Fernando Galdino da Silva, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA). Ele explica que a ameaça de paralisação no fim do mês se justifica porque é nesse período que as empresas faturam mais. "Em outra época, nossa paralisação não teria o mesmo efeito", diz. [SAIBAMAIS]Diante da intransigência nas negociações e da iminência do risco de paralisação dos funcionários bem na véspera do Natal, o Ministério Público de São Paulo interveio e fez uma proposta intermediária. Se na audiência marcada para hoje não se chegar a um acordo, será aberto dissídio coletivo. O foco da queda de braço entre patrões e empregados é o índice de reajuste. Os aeroviários queriam 10%, mas as companhias ofereceram 4,5%, segundo Fernando Galdino da Silva. O Ministério Público solicitou, então, que as duas partes apresentassem uma contraproposta. O SNA baixou o pleito para 8% e o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) elevou para 4,9%. Considerando insuficiente o aumento proposto pelas companhias aéreas, que não beneficia os aeroviários com um aumento real razoável (a inflação apurada para o período foi de 4,2%), o Ministério Público propôs, então, que a correção fosse de 6%. Até esta segunda-feira (14/12), o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e sindicatos de aeroviários municipais e estaduais haviam aprovado a proposta. O SNA apurará os resultados das assembleias realizadas em todo o país até às 10h. Resta saber se as empresas concordarão em pagar o reajuste. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) não quis adiantar o posicionamento das companhias que será apresentado hoje na audiência com o MP, contudo, frisou que não trabalha com a hipótese de paralisação. Pressão Fontes ligadas às negociações afirmam que em todo fim de ano a pressão é a mesma. Em 2008, os funcionários abriram a pauta pedindo 13% de reajuste e acabaram fechando em 8%. O acordo, porém, só foi selado em 23 de dezembro. Este ano, segundo essas fontes, a tendência é que o índice seja mais pró patrão do que empregado. A última greve de aeroviários ocorreu há mais de 10 anos, também em dezembro. A última paralisação fora do fim do ano foi em 1994.

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