Economia

Governo prepara força-tarefa para evitar caos nos aeroportos neste fim de ano

postado em 16/12/2009 00:57
O governo prepara uma força-tarefa para evitar o caos nos aeroportos neste fim de ano. Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero e Aeronáutica prometem rigor na fiscalização e planejam ações específicas que envolvem as companhias aéreas, para garantir tranquilidade aos passageiros nesse período de alta temporada. ;O Natal virou uma data preocupante. Todo mundo viaja, os aviões estão cheios e a época é típica de turistas que voam uma a duas vezes ao ano ou que nunca passaram pelos raios-X e não estão acostumados com o check-in;, avalia Marcelo dos Guaranys, diretor da Anac.

A Anac atua em duas frentes. Uma é focada no passageiro, com o fornecimento de informações sobre os procedimentos de embarque e os que evitam atrasos. A outra volta-se para a infraestrutura. ;A gente sempre intensifica a fiscalização e a assistência aos passageiros nessa época;, afirma Marcelo dos Guaranys. Inspetores da Anac monitorarão as companhias em vários quesitos: balcões de check-in, pista, desembarque e todos os voos junto ao centro de controle da Aeronáutica. Em Guarulhos, foram vetados voos fretados no horário de pico (7h às 8h).

A expor essa mobilização, Guaranys garante que não há risco de caos nos aeroportos. Ele cita os números recentes da Anac, que mostram que frente ao aumento de 38% de passageiros em novembro o índice de atrasos foi de 13%. ;O caos significa falta de informação, falta de voo total. Não teremos caos, mas poderemos ter problemas pontuais;, admite. O executivo frisa que a situação atual é diferente da do ano passado, quando houve o apagão aéreo. O processo de alteração de voos, por exemplo, era mais burocrático e demorava até três meses. ;Quanto era preciso fazer alteração rápida, não se conseguia;, diz. Hoje, a aprovação ocorre em três dias, em média.

Vilão tempo
Os vilões neste fim de ano seriam, na avaliação dos órgãos reguladores, os problemas meteorológicos, que recentemente provocaram atrasos e cancelamentos de voos em diversos aeroportos. Na sexta-feira anterior ao Natal passado, lembra Guaranys, o mau tempo deixou o aeroporto de Boa Vista, Porto Velho e Manaus fechados, causando um efeito dominó em diversos terminais. ;Esses aeroportos têm pouco movimento, e como várias aeronaves pernoitam nesses terminais, não tiveram como seguir para Brasília;, conta.

Do ponto de vista operacional, se tudo o que foi planejado for feito, o fim do ano passará desapercebido, ressalta Marçal Goulart, superintendente de operações da Infraero. O foco das preocupações é o tempo. ;Se tivermos dois ou três dos principais aeroportos fechados, atrapalhará a aviação do país inteiro;, alerta. Por isso, ele torce para ;São Pedro; colaborar. ;Esperamos que tenhamos um fim de ano tranquilo. Teremos todo o corpo executivo nos aeroportos, monitorando tudo. Deus queira que tenhamos céu de brigadeiro;. As folgas e férias de todos os funcionários foram canceladas e foram contratados funcionários terceirizados para reforçar o quadro nos horários de pico. Também foi ativada a ;sala de situação;, que funcionará 24 horas, acompanhando as operações nos aeroportos, com telefones diretos para as áreas operacionais.

Capacidade
Questionado sobre o esgotamento da capacidade dos aeroportos, Goulart explica que o que há são horários de grande congestionamento. Em todos os países, a taxa de hora pico é maior do que a praticada no Brasil. Fala-se de oito a 10 horas, enquanto aqui são cinco, seis;, afirma. ;É preciso distribuir a ocupação ao longo do dia;.

Goulart observa que a abertura de mercado e a guerra de tarifas entre as companhias ampliaram o número de viajantes. Daí a importância da informação. ;O passageiro não pode comparecer a um embarque como se fosse pegar um ônibus;, orienta. Marçal Goulart destaca que, quando o passageiro vai preparado para uma viagem de avião, ele antecipa seu check-in e ajuda todo o processo de embarque.

As companhias aéreas também prometem fazer a sua parte para que o passageiro não tenha transtornos aeroportos. As principais empresas do país firmaram o compromisso com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de não praticar overbooking (venda de passagens além da capacidade da aeronave), aceitar o endosso de bilhetes de outras empresas nos casos de cancelamentos e atrasos, a manter aeronaves de reserva e ter mais funcionários no atendimento no check-in.


REMARCAÇÃO PROBLEMÁTICA
Há cerca de um mês, muitos passageiros tiveram problemas para embarcar devido a mudanças do sistema da TAM. Mas os problemas não acabaram. A nova ferramenta tem dificultado a remarcação de passagens. Para trocar só um trecho da viagem, é preciso ir à loja da companhia no aeroporto. A TAM admitiu o problema e informou que a troca via internet só será normalizada no primeiro trimestre do ano que vem, mas que o passageiro pode remarcar a passagem pela central de atendimento em qualquer loja da companhia ou agência de viagem. Porém, a informação fornecida pelo call center é de que a troca só pode ser feita no aeroporto. (Leia mais no Blog da Vida Moderna)

Leia mais no Blog da Vida Moderna: o que cada empresa está fazendo para evitar problemas. E também as artilhas da Anac, que dão dicas para se ter uma viagem tranquila e que informa os direitos do passageiro


O que você pode fazer
O que próprio passageiro pode providenciar para diminuir o tempo de espera e realizar uma viagem tranquila

Na hora de fazer as malas, fique atento aos limites das bagagens de mão e despachadas, para não ter de pagar excesso de peso. A maior parte das companhias aéreas tem limites por peso e número de itens.

Objetos de valor, joias, dinheiro, medicamentos e aparelhos eletrônicos devem sempre ser acomodados na bagagem de mão para seguir viagem junto ao proprietário.

Evite levar excesso de bagagem de mão. Nessa época os aviões ficam muito cheios e pode faltar espaço no compartimento de bagagem.

Despache sempre objetos perigosos e pontiagudos, como tesouras e alicates, para evitar ser barrado nos postos de inspeção de raios-X. Na hora de passar nos detectores, retire todos os objetos metálicos.

A maioria das companhias aéreas oferece a opção de check-in pela internet, que pode agilizar a vida do passageiro, principalmente se ele estiver sem bagagem ou portando apenas bagagem de mão pesando, no máximo, cinco quilos. Nos aeroportos, tá totens de autoatendimento, que permitem ao passageiro fazer check-in, reduzindo o tempo de embarque.

Se optar pelo check-in tradicional, a dica é chegar com 1h30 a 2h de antecedência para voos domésticos e 2h30 a 3h para internacionais. As empresas estipulam prazo de 1h para viagens nacionais e 2h para internacionais, mas, no fim do ano, sobretudo no Natal, as pessoas viajam com mais bagagem e o procedimento de embarque fica mais demorado.

Esteja com o documento de identificação e o cartão de fidelidade da companhia aérea, quando for o caso, para agilizar o check-in.

Informe-se antecipadamente, junto à companhia aérea, sobre os procedimentos de embarque de crianças, animais, atendimento preferencial, oxigênio medicinal ou maca a bordo.

Em caso de extravio de bagagens despachadas, procure, ainda na sala de desembarque, por um funcionário da companhia aérea e pela Anac. A empresa tem um prazo de 30 dias para localizar uma bagagem extraviada e, somente após esse período é que se inicia o processo de indenização. Conforme o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), a indenização é calculada pelo peso despachado e não pelo conteúdo.

Se ocorrerem atrasos e cancelamentos de voos, o viajante deve procurar a companhia aérea e a Anac . Se o atraso ultrapassar quatro horas do horário estabelecido na passagem, ou ocorrer o cancelamento do voo, a empresa deverá acomodar os passageiros em outro voo, próprio ou de outra empresa, em até quatro horas. Se esse período não for cumprido, há a opção de reembolso ou o direito a acomodação oferecida pela empresa, incluindo hospedagem, transporte entre hotel e aeroporto, além de alimentação.

Para viagens internacionais, é importante verificar se o passaporte está válido e se não é necessário visto para o país de destino. Se durante a viagem houver perda ou extravio do documento, o viajante deve procurar o consulado para a emissão de um documento que permita o retorno.

Evite bebidas alcóolicas, pois a altitude potencializa os efeitos do álcool. Se passar por algum imprevisto, a pessoa alcoolizada tende a se exaltar mais.
Fonte: Anac, Infraero e companhias aéreas


Acordo evita greve
Os passageiros que vão viajar de avião neste fim de ano podem respirar aliviados quanto a um dos aspectos do Natal. Os trabalhadores das companhias aéreas e seus patrões chegaram ontem a um acordo para o reajuste dos salários em 6%, sepultando a ameaça de paralisação nos dias 23 e 24. ;A greve ocorreria se não houvesse acordo. Agora, não faz mais sentido;, explica Fernando Galdino da Silva, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA). O acordo foi selado em audiência realizada no Ministério Público de São Paulo, que interveio nas negociações diante da dificuldade de empregados e patrões chegarem a um consenso.

O percentual de aumento será linear ; aplicado em todos os itens: salário, piso salarial, cesta básica, seguro de vida e diárias. No caso dos aeronautas, que não têm o benefício da cesta básica, foi marcada uma reunião em 3 de fevereiro para discutir a questão. ;A gente tem conseguido índices de reajuste superiores aos da inflação, mas temos tido dificuldades para a inclusão de novas causas. Um dos problemas é a falta de mobilização da categoria, que tem muita rotatividade;, avalia o sindicalista. Inicialmente, aeronautas e aeroviários queriam 10%, mas as companhias aére(1) as só ofereciam 4,5%. (KM)

British
A companhia aérea British Airways (BA) entrou na Justiça com uma ação para impedir greve de 12 dias durante as festas de fim de ano, aprovada pela tripulação. Segundo a BA, a votação foi irregular. De acordo com o sindicato Unite, mais de 10 mil funcionários votaram a favor da greve contra demissões e condições de trabalho, que deve começar no dia 22 e terminar em 2 de janeiro.

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