postado em 06/01/2010 15:39
O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, disse nesta quarta (6) que a substituição do presidente do Banco Central, Martín Redrado, não afetará a política econômica do país. O nome cotado para a vaga é Mario Blejer, ex-titular do BC. Segundo Boudou, a base da política argentina é sustentada nos superávits fiscal e comercial e na acumulação de reservas. A presidente Cristina Kirchner pressiona Redrado a renunciar, mas o presidente do BC resiste.Na tentativa de encerrar o impasse causado pela possível saída de Redrado, Boudou pediu que não se politize o assunto. ;Não façam politicagem barata com questões de Estado. Vamos seguir avançando;, afirmou o ministro.
Kirchner e Redrado se desentendem desde o final do ano passado. O presidente do Banco Central insistem em usar recursos da reserva nacional para o pagamento da dívida externa. A pressão de Kirchner gerou mal-estar na Argentina e fez com que o ministro Boudou concedesse entrevista coletiva para falar exclusivamente sobre o assunto.
A ideia de trocar Redrado por Blejer foi divulgada pelo chefe do Gabinete da Presidência, Aníbal Fernández. Segundo Fernández, Blejer já aceitou o convite. Boudou também disse que Redrado aceitou renunciar, mas setores ligados ao presidente do Banco Central não confirmam.
Os assessores de Kirchner afirmam que as normas para a política econômica são fixadas pela presidente da República. De acordo com Fernández, não obedecer nem respeitar isso significam uma ameaça à ordem democrática, o que pode levar a um ;Estado anárquico;.
A pressão pela troca de comando do Banco Central da Argentina surge no momento em que outra crise ocorre no país. A presidente Kirchner foi surpreendida com sinalizações de seu vice-presidente, Julio Cobos, de pretende concorrer às próximas eleições. No caso, Cobos seria adversário de Néstor Kirchner, ex-presidente da República e marido da atual chefe de governo.