Agência France-Presse
postado em 08/01/2010 16:37
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou nesta sexta-feira a oposição e o vice-presidente Julio Cobos de emperrarem a roda do governo, em meio a uma dura disputa política depois da destituição do titular do Banco Central por negar-se a liberar uma parte das reservas monetárias para o pagamento da dívida pública.
"Aí estão os que deixaram o país sem reservas", disse ela, recordando que cuando seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, chegou ao governo em 2003 havia 8 bilhões de dólares de reservas e atualmente há pouco mais de US$ 48 bilhões.
"Se não souberam governar, deixem-me governar agora e não travem a roda", insistiu a presidente em alusão à opositora União Cívica Radical (UCR, social-democrata), que estava no Governo em 2001 quando estourou a maior crise econômica e institucional na Argentina em um século.
Kirchner criticou, em particular, o vice-presidente Julio Cobos, dirigente da UCR que fez parte da aliança que chegou ao governo em 2007, mas que no ano seguinte passou para a oposição durante um prolongado conflito agrário.
"É estranho ver alguém que te acompanhou na chapa (presidencial) ser ligado à oposição e participar de quantas discussões houver contra o governo", disse Kirchner à imprensa depois de um ato na cidade de Avellaneda (periferia sul).
O chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, havia acusado pouco antes Cobos de "estar por trás de tudo isto", ao falar sobre o conflito no Banco Central que derivou na destituição de seu titular Martín Redrado.
Cobos suspendeu suas férias no Chile e regressou ao Congresso, de recesso, e mantinha reuniões com líderes dos blocos opositores do Senado.