Jornal Correio Braziliense

Economia

Comércio usa liquidações para escoar estoques e acompanhar ritmo da indústria

As liquidações, principalmente as do mês de janeiro, são a forma encontrada pelo comércio varejista para acompanhar o ritmo da indústria. "Para o empresário, é importante eliminar estoques, pois a cada dia novos produtos são lançados e é preciso acompanhar as tendências", diz o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva. De acordo com Silva, o mês de janeiro deixou de ser sinônimo de liquidação no setor de vestuário - agora as promoções abrangem também redes de eletrodomésticos, de produtos eletrônicos e de calçados, entre outros setores. Os descontos podem chegar a até 60%, segundo levantamento da Alshop. A tradicional liquidação da rede de eletrodomésticos Magazine Luiza, por exemplo, atraiu hoje (8) 4,5 milhões de consumidores nas 455 lojas da rede em todo o país. Em apenas oito horas, o faturamento atingiu a marca de R$ 75 milhões, R$ 5 milhões a mais do que no ano passado. Nessa rede, foram vendidos praticamente todos os 2,7 milhões de itens colocados à disposição dos consumidores. Silva ressalta que todos os setores da economia são beneficiados com as promoções do início do ano, mas o mais privilegiado nas liquidações é o comércio ligado à moda. "O maior consumo é mesmo entre as lojas de moda, tanto feminina quanto masculina." A empresária Luciana Maria, proprietária da loja de acessórios e roupas Las Tinas, em São Paulo, explica por que recorre à liquidação em janeiro: "as peças vão ficando ultrapassadas e é preciso girar o meu estoque de produtos." Lucro não é o grande objetivo das liquidações, que representam uma forma de manter o comércio aquecido nesta época do ano, afirma o diretor da Alshop. "As promoções são uma maneira extra de girar o capital em janeiro, que é um mês fraco", reforça Luciana Maria.