Economia

Juíza denuncia pressão do governo argentino no caso do presidente do BC

Agência France-Presse
postado em 09/01/2010 15:06
BUENOS AIRES - A juíza federal María José Sarmiento denunciou neste sábado pressões por parte do governo argentino depois de sua decisão de devolver o cargo de titular do Banco Central a Martín Redrado, destituído pela presidente Cristina Kirchner, e frear o uso das reservas do Tesouro para o pagamento da dívida nacional. "Ter um carro da polícia na porta de casa sem ter pedido custódia parece pressão", afirmou Sarmiento ao canal TN, classificando a situação de anormal. "Tenho 30 anos de justiça e jamais vi tal procedimento", acrescentou. O chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, antecipou que o governo irá apelar da decisão o quanto antes possível. "Eu decido se corresponde a apelação e com que efeitos, mas a palavra final é sempre da Suprema Corte de Justiça", explicou a juíza. O titular do Banco Central da Argentina, Martin Redrado, demitido por decreto presidencial, foi restituído na sexta-feira por decisão da juíza Sarmiento. Uma sentença anterior conhecida durante o dia, também da juíza do Contencioso Administrativo Federal, ordenou a suspensão do decreto do executivo que dispunha sobre o uso de reservas do BCRA, o Banco Central da República Argentina, para pagar a dívida pública. A presidente argentina resolveu demitir Redrado após o presidente do BC se negar a cumprir o decreto para a formação de um fundo de 6,569 bilhões de dólares com reservas do Tesouro para pagar parte da dívida pública que vence este ano, algo em torno de 13 bilhões de dólares. A criação do chamado Fundo do Bicentenário para o pagamento da dívida foi anunciada em dezembro por Kirchner.

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