Agência France-Presse
postado em 10/01/2010 21:25
Buenos Aires - O presidente do Banco Central da Argentina, Martín Redrado, um economista neoliberal que chegou à política pelas mãos do ex-presidente Carlos Menem, pôs em xeque o governo, ao recusar-se a ceder US$ 6,5 bilhões das reservas monetárias do Tesouro para o pagamento da dívida pública.
Redrado, de 48 anos e com duas décadas na função pública, tornou-se em inesperado inimigo para o governo que planejava lançar mão, em 2010, das reservas do Banco Central, avaliadas em US$ 48 bilhões.
Diplomado na Universidade estatal de Buenos Aires em economia, Redrado obteve pós-graduação em administração pública na prestigiada escola de Governo John F. Kennedy da Universidade de Harvard.
Tinha apenas 28 anos quando ocupou a vice-presidência da empresa Salomon Brothers sendo logo nomeado responsável para a América Latina do Security Pacific Bank.
Na Argentina iniciou a carreira política pelas mãos do peronista neoliberal Carlos Menem (1989-99), que o considerava publicamente um dos "jovens brilhantes" de seu governo; chegou a ser apelidado de o 'golden boy' do governo Menem.
Foi sob a proteção do ex-ministro da Economia, Domingo Cavallo, que chegou a ocupar a presidência da Comissão Nacional de Valores (CNV) em 1991 com apenas 30 anos.
Meses depois, Redrado renunciou à CNV, dedicando-se à criação da Fundación Capital, onde dirigiu uma equipe de especialistas que elaborava informes econômicos.
Casado, é pai de dois filhos.
"Estou tranquilo e em paz", disse Redrado à televisão depois de obter na justiça um recurso que o devolveu ao cargo, depois de ter sido demitido por decreto presidencial numa batalha que promete chegar à Corte Suprema.
É presidente do Banco Central desde 2004.