postado em 12/01/2010 19:52
A inadimplência encerrou 2009 com crescimento de 5,9% em relação ao ano anterior. Número menor do que o calote registrado para comércio, bancos e financeiras em 2008, quando houve uma alta de 8%. Mesmo com a crise instalada no último ano, a retomada da atividade econômica em abril, somada a uma concessão de crédito mais criteriosa, fez com que fosse menor a quantidade de mal pagadores, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor.
Os juros médios em baixa, no menor nível da história, a manutenção do mercado formal de trabalho e a recuperação do acesso ao crédito para pessoas físicas, foram determinantes para que os consumidores tivessem capacidade de honrar débitos em atraso e impulsionar a economia. "Em janeiro a inadimplência estava em 12,9%. Mas veio caindo a partir de abril. Todos esses fundamentos econômicos ajudaram para que a situação não se agravasse", explicou o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida.
De acordo com os dados da Serasa, as dívidas com os bancos lideraram a inadimplência em 2009. Representaram 45% da indicador da consultoria de risco de crédito. Os débitos com cartões de crédito e financeiras ficaram em segundo lugar, com 35,9%. "Os cartões cresceram muito a base de clientes quando começaram a fazer financiamento para o varejos sem juros e a inadimplência seguiu a mesma trajetória. Eles tomaram o lugar do cheque pré-datado", avaliou Almeida.
O valor médio das dívidas não pagas subiu para quase todas as modalidades de pagamento. A exceção foram os cartões, com um recuo de 5%. Cheques sem fundos seguiram no caminho contrário e subiram 43%. Para a Serasa, o crescimento do valor das dívidas em cheque vem das micro e pequenas empresas, cujos proprietários usam recursos próprios para resolver problemas de caixa e acabaram em dificuldades para pagar as contas.