Economia

Apex quer aproveitar feira na China como plataforma de negócios para o Brasil

postado em 19/01/2010 18:49
O Brasil quer aproveitar a participação na feira universal Expo Xangai 2010, que será aberta em maio próximo, na China, e se estenderá por seis meses, como uma plataforma de negócios. O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira, disse nesta terça-feira (19/01) que o pavilhão brasileiro terá, pela primeira vez, o patrocínio de uma empresa privada, no caso a mineradora Vale, cujas vendas de minério de ferro para o mercado chinês subiram de 10 milhões de toneladas, em 2000, para mais de 100 milhões de toneladas no ano passado.

;A Apex está se associando com uma parceira muito importante para fortalecer a imagem do Brasil e de uma de nossas principais empresas na China;, destacou Teixeira. A China é atualmente o principal parceiro comercial do Brasil e também da Vale. Os negócios da mineradora brasileira com aquele país asiático foram iniciados em 1974 e representam hoje cerca de 40% da receita total da Vale, revelou o diretor da área de Ferrosos da empresa, José Carlos Martins.

Embora não quisesse informar o valor do patrocínio para o pavilhão brasileiro na Expo Xangai, Martins afirmou que ele ;é condizente com o tamanho da relação que a empresa tem com a China;. O volume de negócios da Vale com a China alcançou US$ 7 bilhões nos nove primeiros meses de 2009, com incremento de 40%.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, lembrou que minério de ferro e soja são os principais produtos exportados pelo Brasil para a China. Ele acredita que a consolidação da participação brasileira na Expo Xangai poderá elevar as vendas de produtos nacionais não só na China. ;A participação brasileira terá influência muito grande nos demais países asiáticos.;

Teixeira disse que estarão representados na feira entre 40 e 70 setores produtivos brasileiros, englobando mais de mil empresas de todos os portes. A política estabelecida em conjunto com o setor privado vai priorizar a escolha de empresas ;que já estejam presentes na China e representam um ganho de imagem para o Brasil e para a própria empresa;. No ano passado, a Apex promoveu 80 eventos de promoção comercial na China com o setor privado nacional.

O presidente da Apex acredita que, além da área comercial, o turismo para o Brasil poderá ser alavancado durante o evento, cuja expectativa é atrair mais de 70 milhões de visitantes. Ele salientou que a China manda para o exterior 44 milhões de pessoas por ano. A América Latina recebe 1% desse volume ;e o Brasil menos do que isso;.

O pavilhão brasileiro terá uma área interna de 2.000 metros quadrados. Teixeira espera atrair pelo menos 10% do público total visitante para o pavilhão, que terá como tema ;Brasil: Cidades Pulsantes;, a modernidade brasileira, a imagem do turismo e a alegria do povo.

O governo chinês está investindo US$ 4 bilhões para realizar a Expo Xangai. O evento ocorre de cinco em cinco anos e é considerado o terceiro maior do mundo, com mais de 5 mil quilômetros de área para expositores. A última edição foi em Saragoza, na Espanha.

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