Economia

Estatal pretende baixar significativamente custo do transporte ferroviário

postado em 22/01/2010 16:30
O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, participou nesta sexta-feira (22/01) de duas reuniões visando a avançar no processo de interligação da Ferrovia Norte-Sul com o Sul do país. A primeira reunião foi com o chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, general Ítalo Forte Avena. A segunda, à tarde, foi com o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato.

[SAIBAMAIS];O governo federal assimilou a reivindicação dos estados e pretende estender os trilhos de bitola larga à Região Sul, seus portos e regiões produtivas. Para isso, é preciso definir com o Ministério dos Transportes os parâmetros para ligar o corredor ferroviário da Norte-Sul com o Sul do país;, disse Gomes. Segundo ele, essas conexões;permitirão reduzir significativamente os custos dos transporte de carga no país.

Entre os temas discutidos nas reuniões de hoje, estavam os R$ 30 bilhões previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para as obras de interligação de Maracajú (MS) a Cascavel (PR) e de Guarapuava (PR) ao Porto de Paranaguá. Cascavel e Guarapuava já estão interligados pela Ferroeste.

Parte das obras ; que ligarão o trecho paulista da Norte-Sul, localizada no interior paulista, ao Rio Grande do Sul, passando pelo Paraná e por Santa Catarina ; ficará a cargo do Exército, como foi feito no trecho entre Cascavel até Guarapuava. Até 1991, o Exército ajudou a estatal a tocar suas obras, que foram paralisadas entre 1997 e 2006.

;O melhor é que seremos imbatíveis em termos de custos para o transporte de cargas, porque temos meta diferente da iniciativa privada: apresentar o frete mais barato possível;, acrescentou Gomes, após criticar os ;monopólios privados; e a política de privatização do setor ferroviário desenvolvida durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Essa condição ;antieconômica; foi, segundo Gomes, ;fator que acabou por aumentar ainda mais o custo Brasil;, uma vez que ;o resultado dessas políticas foi a cobrança de preços pautados por um mercado restrito, com demanda muito maior do que oferta para os serviços de transporte de cargas por meio ferroviário;, argumentou.

A Ferroeste está fazendo estudos e levantamentos para ampliar em mais 1.300 quilômetros sua malha, incluindo o trecho que liga a região central do Paraná, próximo a Guarapuava, à região de Chapecó, em Santa Catarina; e, ainda, entre Cascavel e Foz do Iguaçu. ;Ligando Cascavel a Foz do Iguaçu, estaremos ligando o Paraguai ao Porto de Paranaguá;, explicou Gomes.

Com as ampliações da Ferroeste, a estatal passará a se chamar Ferrosul. ;Do pé dos Andes para baixo, tudo será área de influência da Ferrosul. Cataremos as cargas das regiões mais produtivas do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul, e as cargas transportadas na Hidrovia do Rio Paraná. Tudo estará interligado aos portos do Sul, como Itajaí (SC) e Rio Grande (RS), além de Paranaguá;, prevê.

A Ferrosul pretende ainda ligar as ferrovias brasileiras a todo o Paraguai, por Porto Murtinho (MS); à região de Santa Cruz, que é a mais produtiva da Bolívia; e ao Norte e Nordeste da Argentina. ;Os bolivianos ficam restritos a usar o Porto de Ápica, do Chile, para escoar sua produção. Ou seja, precisam cortar a Cordilheira dos Andes, que é um grande acidente geográfico;, argumenta.

A Ferroeste estima que, com a expansão da malha e a adaptação de alguns trechos para a bitola larga, transportará de 40milhões a 50 milhões de toneladas de carga por ano, a partir de 2013. A velocidade prevista para as locomotivas é de 80 a 90 quilômetros horários, para o transporte de cargas; e superior a 120 quilômetros horários para o transporte de passageiros, que também será explorado por toda a malha da empresa.

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