postado em 23/01/2010 07:01
O risco de calote das empresas parou de crescer. Depois de três pioras consecutivas, o Índice de Qualidade do Crédito, calculado pela Serasa Experian, não apresentou variações no último trimestre de 2009 e ficou em 95,50 ; mesmo nível do terceiro trimestre. Semelhante a um termômetro, o indicador vai de zero a 100 e, quanto mais alto estiver, menor a chance de uma empresa não arcar com suas dívidas. A estabilização, segundo especialistas, sinaliza o início de uma trajetória de recuperação.De acordo com a Serasa, o desempenho registrado no fim do último ano significa que nos próximos meses a capacidade de pagamento das pessoas jurídicas vai melhorar até atingir os patamares pré-crise. ;Essa interrupção na piora é um sinal de que o caixa das empresas se normalizou;, avaliou o gerente de indicadores da Serasa Experian, Luiz Rabi. Tal melhora foi influenciada pelo aumento da atividade do comércio no segundo semestre de 2009, setor impulsionado pelas medidas de estímulo ao consumo promovidas pelo governo. As regiões Sul e Sudeste tiveram destaque nessa recuperação e apresentaram as retomadas mais intensas ao fechar o ano com qualidade do crédito acima da média nacional.
Também em ritmo de recuperação, mas em situação mais delicada, as micro e pequenas empresas amargam a pior qualidade de crédito. Enquanto a possibilidade de inadimplência dos grandes e médios negócios é de 1,5%, o risco de uma pequena dar um calote é quase quatro vezes maior. ;É basicamente problema de gestão e profissionalismo. Isso é assim no mundo inteiro. Grande parte delas morrem antes de dois anos de atividade;, disse Rabi. ;Em momentos de crise, ficam em situação difícil para obter capital de giro. Se não conseguem, morrem porque não dá para comprar e vender;, emendou. Nos próximos meses, a indústria também deve começar a melhorar o fluxo de caixa impulsionada pelo crescimento econômico projetado para 2010 e influenciar positivamente a qualidade de crédito das empresas.
Luiz Rabi, gerente de indicadores da Serasa Experian. Ele fala sobre o risco de inadimplencia das empresas