postado em 26/01/2010 10:03
Um ano e quatro meses depois da quebra do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, que deflagrou a maior crise financeira do século 21, o Fórum Econômico Mundial começa hoje (26), em Davos (Suíça), com a promessa de discutir a organização financeira mundial. Ex-diretor do Banco Central (BC), o economista Carlos Eduardo Freitas espera que o fórum discuta as formas de atuação dos bancos e o papel dos bancos centrais independentes.
O tema do evento, que está na 40ª edição, é Melhorar o Estado do Mundo: Repensar, Redesenhar, Reconstruir. Freitas acredita que o encontro vai discutir %u201Cnovas diretrizes para a supervisão dos sistemas financeiros, principalmente nos países mais ricos, especialmente as operações estruturadas com securitizações e derivativos de créditos, que estiveram no epicentro da crise%u201D.
O ex-diretor destaca a necessidade de se discutir ainda %u201Ca maior centralização da fiscalização do sistema financeiro no Banco Central, ou numa única instituição%u201D. Ele explica que no Reino Unido foi criada há alguns anos uma agência de fiscalização financeira a partir da Divisão de Supervisão Bancária do Banco da Inglaterra (Bank of England).
Na opinião de Freitas, a fiscalização deveria ser centralizada no BC, inclusive para ser mais rigoroso na fiscalização sobre transações de derivativos complexos. %u201CA própria ideia de autonomia dos bancos centrais pode ser discutida. Afinal, nos Estados Unidos e no Reino Unido, epicentros da crise, os respectivos bancos centrais eram independentes%u201D.