Agência France-Presse
postado em 26/01/2010 15:13
O Fundo Monetário Internacional revisou nesta terça-feira em alta sua previsão de crescimento para a economia mundial em 2010, a 3,9% contra os 3,1% previstos em outubro passado, mas advertiu que inúmeros riscos ainda ameaçam a economia mundial, principalmente o aumento da dívida do Estado.
A previsão de crescimento aumentou, particularmente para a primeira economia mundial, os Estados Unidos, 2,7% contra 1,5% de antes e, para a China, a 10% contra, os 9% previstos em outubro.
[SAIBAMAIS]Na zona do euro a previsão está agora em 1% contra o 0,3% anterior.
O FMI estimou nesta quarta-feira que o crescimento continuará dependendo do apoio dos Estados nos países desenvolvidos, indicando que isso justifica "apoiar a recuperação nos locais onde ainda não está fortemente estabelecida".
"Ainda não se distinguem sinais de solidez da demanda privada autônoma (não induzida por medidas governamentais", ao menos nas economias avançadas, afirma o Fundo.
Por outro lado, o FMI adverte os governos sobre os riscos de instabilidade ligados à dívida pública.
"Os países onde a viabilidade das finanças públicas é cada vez mais preocupante, devem avançar na concepção e comunicação de estratégias de saída sustentáveis", destaca o FMI.
O Fundo também incentivou a "conceber estratégias que permitam prescindir do apoio da política monetária e comunicá-las para atenuar o medo de inflação ou de uma nova instabilidade financeira".
Por outro lado, o FMI estimou que os bancos deverão continuar reforçando seus fundos próprios para alimentar o crescimento e chama a atenção que o crédito ainda não se reativou nas economias desenvolvidas.
"Mesmo que os fundos próprios tenham sido aumentados recentemente, os bancos poderiam ser levados a mobilizar uma proporção maior para contribuir na reativação do crédito e sustentar o crescimento econômico", afirmou o Fundo através de seu "Informativo sobre a estabilidade financeira mundial".
O FMI estimou que a atividade no sistema financeiro continue em grande parte afetada pela crise.
"Ainda que esteja ocorrendo uma melhoria das perspectivas econômicas, o crescimento do crédito bancário ainda não aconteceu nos mercados", afirmou o Fundo.
"As pesquisas realizadas com responsáveis pelo crédito bancário mostram que as condições para os empréstimos continuam difíceis na zona do Euro e nos Estados Unidos", destaca o informe.